Aero Magazine - Edição 317 (2020-10)

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MAGAZINE 317 | (^57)
nos. Uma delas é que as mudan-
ças na altitude do voo provocam
alterações na densidade do ar e
na temperatura ambiente.
Quando se fala em altitude dos
aviões, surgem os “feet” ou “pés”,
a unidade de medida adotada
internacionalmente no mundo
aeronáutico. Grosseiramente
baseada nas dimensões de um pé
humano, essa medida remonta aos
tempos da Antiguidade, era usada
por gregos, romanos e chineses,
entre outros povos. Mas, por sécu-
los, não havia um valor padroni-
zado, podendo variar entre 11 e 16
polegadas. Foi somente em julho
de 1959 que o Acordo Internacio-
nal sobre Jardas e Libras definiu
precisamente um valor padrão,
hoje adotado pelos Estados Uni-
dos e pelos países da Comunidade
Britânica: a “jarda” (yard) foi es-
tabelecida em exatamente 0,9144
metros e, consequentemente, o “pé
internacional” (international foot),
em um terço (1/3) de jarda, ou
0,3048 metros – valor ligeiramente
menor do que o até então usado
nos EUA e pouco maior do que a
definição britânica. Em números
aproximados, considera-se que
3,30 pés equivalem a um metro.
As mudanças de altitude du-
rante o voo introduziram variá-
veis mais complexas nos cálculos
dos aeronautas. Diferentemente
do que acontece com os líquidos,
nos elementos gasosos (como o
ar atmosférico) a distância entre
as moléculas se altera confor-
me a temperatura e a pressão
variam. Ou seja, o ar se expande
(e se torna menos denso) ao ser
aquecido ou quando se reduz a
pressão do ambiente onde ele
está. Por isso, balões meteoro-
lógicos que se elevam a grandes
altitudes são lançados quase
murchos. Nas baixas pressões da
estratosfera (e expostos ao sol
acima das nuvens), o gás hélio se
expande até inflar completamen-
te o invólucro de tecido.
Desde os primórdios da
aviação, essa variação da pressão
da atmosfera é usada para medir
A biruta dos campos de pouso informa visualmente aos pilotos não apenas a direção, mas também a velocidade de deslocamento do ar
no local. Nos aeroportos modernos, essas informações são obtidas por anemômetros ultrassônicos de grande precisão
Nos antigos Piper Cub havia um velocímetro simples, que mostrava em milhas a velocidade indicada do ar. Modelos mais novos (ao
centro) já fornecem a velocidade real do ar, compensando altitude e temperatura. Novos instrumentos digitais usam sistemas de GPS
para mostrar também a velocidade em relação ao solo

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