Aero Magazine - Edição 317 (2020-10)

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Os principais
parâmetros de
voo dependem
diretamente da
velocidade indicada
do ar (IAS), que
é detectada pelos
sensores de pressão
instalados nos
tubos de pitot da
aeronave


VELOCIDADE INDICADA DO AR (IAS)

a altitude em que um avião se
encontra, com uso de “altíme-
tros barométricos”. Para que essa
medição (de importância funda-
mental para o voo) tivesse maior
precisão, foi preciso definir uma
“atmosfera padrão internacional”
(international standart atmosphere
ou ISA). Considera-se como ISA
o ar que apresenta densidade de
1,225 grama por metro quadrado
(equivalente a 1.013,2 milibar), o
que é, de forma aproximada, a den-
sidade que se espera obter no nível
médio do mar em uma tempera-
tura de 15 graus Celsius positivos.
Em situações reais, raramente a
pressão do ar tem esse valor exato.
Por isso, o “zero” ou “nível do mar”
dos altímetros precisa ser continu-
amente ajustado. Além disso, o pi-
loto precisa descontar a altitude do
terreno sobrevoado para encontrar
a distância real em que está o avião
em relação ao solo.
A partir desse padrão ISA,
considera-se que, na baixa
atmosfera (até 5 mil pés ou 1.524
metros), a pressão do ar cai um
milibar a cada 30 pés (9,144
metros) de aumento na altitude.
Ao mesmo tempo, estima-se que
a temperatura sofra uma redução
de 2 graus Celsius a cada mil pés
(305 metros) de altitude até atingir
os 36 mil pés (10.973 metros),
quando o avião atinge a chamada

tropopausa, onde a temperatura
se estabiliza em torno de 57 graus
Celsius negativos.

VELOCIDADE
INDICADA OU REAL
À medida que um avião ganha
altura, o ar menos denso faz
com que suas asas gerem menor
sustentação. Para compensar esse
efeito, o piloto deve aumentar a
velocidade do aparelho em relação
ao ar. Em termos simplificados, o
quanto um avião consegue subir é
determinado pelo desenho de suas
asas e por sua capacidade de au-
mentar a velocidade à medida que
sobe. Se, por um lado, o ganho de
velocidade é facilitado (o ar menos
denso oferece menor resistência,
ou “arrasto”, ao deslocamento), por
outro, a densidade baixa reduz a
potência e a capacidade de tração
de motores não projetados para
essas condições.
Como já vimos, os sensores
que alimentam os velocímetros
dos aviões se baseiam em medir
a pressão gerada pela velocidade
do ar em relação ao avião. Por isso
surge uma nova variável: ao ficar
menos denso, o ar gera menos
pressão nesses sensores e a velo-
cidade indicada pelo instrumento
cai. Na atmosfera padrão (ISA),
velocidade real e a velocidade
indicada se equivalem. Quando a

temperatura aumenta ou quando
o avião se afasta do solo, surge
uma diferença crescente entre a
“velocidade real do ar” (true airs-
peed/TAS ou knots true airspeed/
KTAS) e a “velocidade indicada
do ar” (indicated airspeed/IAS ou
knots indicated airspeed/KIAS).
Do ponto de vista do compor-
tamento aerodinâmico da aero-
nave (força de sustentação gerada
pelas asas, resistência ao desloca-
mento pelo arrasto, autoridade das
superfícies de controle etc.), o que
efetivamente importa para o piloto
é a indicated airspeed (IAS). É por
ela que se define tanto a “velocida-
de de estol” de um avião (a veloci-
dade mínima em que a aeronave
consegue ser mantida em voo
estável, no seu coeficiente máximo
de sustentação) como também sua
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