VOO LIVRE REVISTA LITERÁRIA Nº 4

(MARINA MARINO) #1

Com vocabulário próprio do
século XVIII (finais do século, 1789
em diante), mas fazendo-se
perfeitamente inteligível, Maria
Valéria Rezende consegue imprimir
clareza e leveza em seu romance
ficcional.Surpreendentementeaobra
apresenta uma linguagem de época,
mas parece vir com uma roupagem
moderna.O livroémuitogostosode
seler.
Maria Valéria Rezende
presenteia seupúblico fiel com essa
pérola literária, um romance
diferente emque uma mulheresua
senhora, por motivos injustificáveis,
encontram-se presas em um
convento de Recolhimento na bela
cidadedeOlinda,Pernambuco.
Enquanto aguarda o navio –
que nuncachega eque iráleva-lasa
Lisboa,Portugal,ondeserãojulgadas



  • elaesuasenhora, Blandina-por


seus crimes, Isabel das Santas
Virgens, resolve escrever cartas à
Rainha Maria I, conhecida como a
RainhaLouca.
Nas duas primeiras partes do
livro,intituladas 1789 e 1790 ,Isabel
conta o que precisou fazer,
desesperadamente, para conseguir
papel, tintaepenas (de ganso)para
escreveracartaàrainha..Inevitavel-


mente,oscapítulosnosfazemrefletir
sobre a necessidade que temos da
escrita, como escrever pode ser
libertador. No caso da história, a
personagem está realmente presa e
busca na escrita, uma forma de se
libertar. Uma bela imagem
metafórica.
Olivroélindo,agradabilíssimo
de se ler e muito reflexivo. Mostra
pelo que as mulheres passaram em
temposremotoseoquantodevemos
honrar essas mulheres que nos
precederamnogritodeliberdade.
Aobra “Carta àRainhaLouca”
estáentreosdezfinalistasdoPrêmio
Jabuti/ 2020 , no Eixo Literatura/
RomanceLiterário.
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