a tia-avó estava de olhos baixos, em
silêncio.
Aolevaraparenteidosadevolta
ao retiro, as duas não trocaram uma
palavra sequer durante todo o trajeto.
Chegandoaodestino,Hae-Wonentroue
acompanhou-a até o quarto, para
colocá-la na cama. A tia, agradecida,
pegouumpequenopacoteembrulhado
com papel do correio inglês e deu à
sobrinha.
“Isso é para você, ganhei do
antiquário que vem nos visitar devez
em quando, mas quero que seja seu”,
disse em voz baixa e sem emoção
alguma.Porém,naquelaépocanadafoi
feito, já que na própria Coréia a
mulher era discriminada, tratada
como um ser sem importância e
criadaparasentirumaculpaabsurda
detudooquelheacontecesse.
“Atéhojesentimosculpaenos
desculpamos de tudo o que nos
acontece” - comentava a fotógrafa e
concluiu -“Essas fotografiasque fiz,
no retiro onde a maioria dessas
mulheres se esconderam, porque se
sentiam culpadas e não conseguiam
encarar a própria família, registram
todoosofrimentoqueviveram.”
A plateia estava em lágrimas,
Hae-Wonestavaemlágrimas,apenas