National Geographic - Portugal - Edição 236 (2020-11)

(Antfer) #1
“Talvez, de uma maneira estranha,
ver os cientistas tentarem construir um
avião ao mesmo tempo que o fazem voar
seja uma faceta positiva para compreen-
der o processo científico”, escreve Henig.
Talvez. Somos uma espécie impaciente
e egocêntrica, capaz de magníficos actos
de heroísmo e de uma estupidez ina-
creditável. Quais as probabilidades de
termos aprendido um caminho susten-
tável para atravessar esta calamidade?
Não parecem certas, pois alteram-se de
um dia para o outro.

Enquanto tentávamos dominar o vocabulário
da quarentena e da lavagem das mãos durante
20 segundos, a temperatura do planeta continuou a
subir. O optimismo pelos efeitos ambientais colaterais
da pandemia sentia-se no ar, e certamente, parte era
merecido. Os golfinhos regressaram aos canais de
Veneza (1) – desculpem, não era verdade, embora
desejássemos muito que fosse. Os punjabis conse-
guiram ver os Himalaia pela primeira vez em décadas
porque a desaceleração económica reduziu fortemente
a poluição – sim, isso era real, tal como os relatórios
que registaram níveis de poluição atmosférica mais
reduzidos em Banguecoque e São Paulo.

1.
Outra
notícia falsa
assegurava
que
14 elefantes
tinham
invadido
uma aldeia
chinesa,
tinham-se
embriagado
com vinho
de milho e
perdido a
consciência
num jardim.

FOTOGRAFIA DE DANNY WILCOX FRAZIER

NATIONAL GEOGRAPHIC


APRESENTAÇÃO

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