NATIONAL
GEOGRAPHIC
41
41
60
40
20
0
80
100
2020 2050 2100 20182019 2020
408,6 411,5
Projecções
revistascom
impactesdo
COVID
414
Cenário
sustentável
(1,7°C)
Emissõeslíquidasde 0 em 2070
Mitigaçãoglobalrápida
travaoaumentoda
temperaturamédiaglobal
abaixode2°C.
Trajectória
desejada
(2,8°C)
Estecenáriojáreflecteo
impactedaspolíticas
existenteseasintenções
políticasjáexpressas.
Trajectória
actual
(3,1°C
até2100*)
Omundoprossegue
semalteraçõesàs
políticasactuais.
EMISSÕESDIÁRIAS
GLOBAISRELACIONADAS
COMENERGIA
MilhõesdetoneladasdeCO.
(estimativa)
CONCENTRAÇÃO
ATMOSFÉRICA
PartespormilhãodeCO 2
414,3
Projecção
pré-COVID
Asreduçõesde 2020 podem
contribuirparaimpediro CO 2
atmosférico,massãoapenas
o iníciodeumatendência.
CENÁRIOSFUTUROS
É viávelmantero aquecimentoglobala nãomaisde2°Cacima
dosníveispré-industriais,masexigecortesdrásticose imediatos
dasemissões,mantidosanoapósanodurantedécadas,atéas
emissõeslíquidasatingiremo zero.
OvolumedeCO 2 naatmosfera
contribuiparao aquecimentoe reflecte
asnossasemissõesaolongodosséculos.
Areduçãode8%de 2020 sóabrandará
ligeiramenteo seucrescimento.
Essa era uma boa estratégia de sobrevivência
no Paleolítico, mas agora, que nos espalhámos
sobre a Terra, enfrentamos ameaças que não são
aqui, nem agora, como os leões eram naquela al-
tura. As alterações climáticas são globais e, para
travá-las, teremos de tomar medidas cujos be-
nefícios só se farão sentir num futuro distante.
No entanto, temos tendência a preferir escolhas
que preservem o que existe agora.
A escala e complexidade do problema climá-
tico também nos desencorajam de pensar nele.
Mas há maneiras de fazê-lo parecer mais fácil
de gerir. Certa manhã, John Sterman, director
do MIT System Dynamics Group, mostrou-me
um simulador de “escolha o seu próprio futu-
ro” que criou com uma equipa chamada Clima-
te Interactive. Dezoito barras permitiam ao uti-
lizador defi nir políticas públicas que afectam
o clima. Um número grande no canto superior
direito indica o aumento da temperatura a ní-
vel global até 2100. O desafi o é manter a subida
4.
O simulador
está
disponível,
a título
gratuito, em
climateinte-
ractive.org/
tools/
en-roads.
Surpreen-
dente-
mente, o
controlo
demográ-
fico não
ajuda muito.
abaixo de 2ºC. (4) John assegurou-me
que o modelo se baseava na ciência
mais recente.
Qualquer pessoa com paixão por
números pode gostar do simulador.
Eu fi quei fascinado. Um dos meus
mundos futuros levava a efi ciência
energética ao máximo nos automó-
veis e nos edifícios, reduzia as fugas
de gases com efeitos de estufa de
oleodutos, gasodutos e explorações
agrícolas e impedia novos inves-
timentos em carvão e petróleo até
2025 e 2035, respectivamente. Pus
em prática mais algumas medidas e
quase consegui atingir 2ºC. A remo-
ção de algum CO 2 da atmosfera fez-
-me cruzar a linha da meta. Como a
tecnologia para o fazer ainda não foi
comprovada, John prefere aumentar
o preço do carbono.
O AQUECIMENTO NESTES CENÁRIOS FUTUROS É APENAS UMA ESTIMATIVA, PROPENSA A INCERTEZAS
DEVIDO À SENSIBILIDADE CLIMÁTICA E AOS CICLOS DE RETORNO DO CARBONO.
ÀS PROJECÇÕES FORAM ACRESCENTADAS AS EMISSÕES DE PROCESSOS INDUSTRIAIS, COMO A CALCINAÇÃO DO CIMENTO.