Aero Magazine - Edição 318 (2020-11)

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MONTAGEM COMPLEXA
A montagem do OV sobre o SCA era tarefa com-
plexa e delicada. O veículo era içado do solo por um
sofisticado sistema de guinchos e, em seguida, o 747
era posicionado abaixo dele. Os guinchos baixavam
lentamente o OV até fixá-lo sobre o avião. Processo
inverso era feito para retirá-lo de cima do Jumbo.
Havia ainda a necessidade de instalar uma carena-
gem aerodinâmica que cobria os motores do ônibus
espacial e criava um fluxo de ar mais fluido sobre o
estabilizador vertical do avião. Sem esse tail cone, o
fluxo era bastante turbulento e poderia arrancar o
estabilizador do avião!

INSPEÇÃO FINAL
Desembarcado do 747, o OV
passava por um complexo e lento
processo de inspeção visual para
verificar se a viagem não havia
causado nenhum dano. Com
uma estrutura bastante sensível,
qualquer pequena vibração ou
choque poderia provocar avarias
catastróficas no ônibus espacial.
Os motores, alguns revestimentos
e muitos equipamentos precisa-
vam ser trocados ou recondicio-
nados – o que eliminava a maior
parte da economia obtida com o
reaproveitamento da nave.

RESPOSTA SOVIÉTICA
Mesmo sendo um fiasco econômico, o space shuttle se tornou
uma peça de marketing norte-americano, e os arquirrivais
russos fizeram de tudo para criar um programa similar. Seu
ônibus espacial “Buran” fez um único voo não tripulado em
novembro de 1988, mas não resistiu ao colapso da União Sovi-
ética logo em seguida. Deixou como herança um transportador
ainda mais complexo do que o SCA: uma versão maior equipa-
da com seis motores do An-124, que
setornouo lendário An-225.
Nãohaviaa menor
necessidade de um
avião tão grande,
mas o mundo
agradece. O
único An-
produzido
é uma joia
rara da
indústria
aeroespacial.
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