Aero Magazine - Edição 318 (2020-11)

(Antfer) #1

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por hora e damos um dente de
flap. Desta vez, não deixaremos
a aeronave descer. Cruzando
por volta de 65 milhas por hora,
damos o segundo dente de flap.
Vamos começar a completar o
motor e levantar o nariz. Agora
temos ainda mais pé direito, pois
nos beneficiamos da maior tração
assimétrica na hélice. Visuali-
zamos um pitch de aproxima-
damente 20 graus, mas ainda é
possível manter a proa e a altitude
com aproximadamente 50 milhas
náuticas.

O POUSO
Vindo para pouso, ingressamos
no circuito, descemos para 5.100
pés, reportamos à rádio Poços na
perna do vento da 27. No través
da cabeceira, ligamos os faróis
e a bomba e colocamos 1.700
rotações por minuto. Estamos
descendo a aproximadamente
600 pés por minuto. Faremos
o pouso sem flap. A cabeceira
aparece 45 graus atrás da asa.
Iniciamos a perna base em
posição perpendicular à pista,
avaliando o ponto correto para
iniciar na final. Ao interceptá-lo,
mantemos 90 milhas por hora,
com a rampa boa e velocidade
estabilizada.
Curta final power off, o Za-
rapa segue navegando. Iniciamos
o arredondamento bem rente ao
solo e ele vai levantando o nariz.
Vamos cabrando levemente até
tocar o trem principal por volta
de 65 milhas por hora. Segu-
ramos o nariz para que o trem
dianteiro toque com a menor ve-
locidade possível o solo. Baixando
o nariz, aplicamos levemente os
freios até a aeronave parar.
Perfazemos o balão e volta-
mos para livrar na intercessão da

cabeceira 09. Livrando, infor-
mamos a rádio Poços. Farol e
bomba desligados, transponder
em STBY, mantemos o táxi até o
pátio do aeroclube. Em frente ao
hangar, colocamos mil rotações
por minuto. Equipamentos
eletrônicos desligados, cortamos
o motor. A chave é retirada do
contato, deixamos a seletora fe-
chada, máster desligado, abrimos
o canopi e soltamos os cintos.
Chegamos os bancos para trás
e levantamos do avião prontos
para descer.
Voo concluído. Uma celebra-
ção digna em Poços de Caldas
com um clássico treinador. Além
do PP-KBO, o aeroclube mineiro
chegou a receber também um
modelo A-122A desmilitariza-
do (ex-FAB 0960), que recebeu
a matrícula civil PP-HKV e
operou de 1986 a 1992, quando
foi feito o seu translado para
a base aérea de Lagoa Santa,
também em Minas Gerais, onde
permaneceu junto com os outros
T-23 recolhidos dos aeroclubes


  • posteriormente, 15 deles foram
    doados para Bolívia.
    Após a devolução do PP-
    -HKV, o Aeroclube de Poços de
    Caldas, além de ter recebido três
    unidades do Aeroboero AB-115,
    ganhou também duas unidades
    do Uirapuru A-122B, o PP-KBI,
    e claro, o PP-KBO. O Uirapuru
    é uma aeronave que merece ser
    lembrada por fazer parte da
    história da aviação e indústria
    aeronáutica brasileira.


* Lucas Sanches Azevedo é diretor
do Aeroclube de Poços de Caldas
e idealizador do projeto Uirapu-
ru e o piloto Pedro Paulo Grela
Anunciação é diretor e instrutor
do Aeroclube de Poços de Caldas.

Modelo UirapuruA-122
Fabricante SociedadeAerotecLtda.
Motor LycomingO-320-B2B

Cilindros
4 opostos
horizontalmente

Características

Cárterúmido,
refrigeradoa are sem
reduçãoentrea hélice
e o eixo

Potência rpm^160 hpao(119nívelkW)domara 2.700

Envergadura 8,50m
Comprimento 6,50m
Altura 2,60m
PesoVazio 540 kg
PesoMáximo
deDecolagem
840 kg

Velocidade
Máxima^227 km/h
Velocidadede
Cruzeiro
185 km/h

Razãode
Subida^255 m/min
Te t o 4.500m
Alcance 800 km

UIRAPURU A-122


seguimos recuperar facilmente
o avião cedendo o manche para
a posição neutra e deixando o
nariz cair. A recuperação ocorre
por volta das 70 milhas por hora,
perdendo 400 pés, sem percal-
ços.
Após a recuperação do estol,
perfazemos mais uma mano-
bra, o voo de baixa velocidade.
Colocamos o avião em velocidade
de cruzeiro a seis mil pés. Depois,
reduzimos o avião para 80 milhas
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