Clipping Banco Central (2020-11-22)

(Antfer) #1

Brasília-DF


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Política
domingo, 22 de novembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: por Denise Rothenburg »
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Um jogo para isolar o CentrãoNos bastidores da política
em Brasília não se fala em outra coisa que não seja a
disputa pela presidência da Câmara, que já contaminou
todo o processo político daqui até fevereiro, com uma
pausa para o Natal e o ano novo. Desde que o bloco
liderado por Arthur Lira (PP-AL) reivindicou a Comissão
Mista de Orçamento para a deputada Flávia Arruda (PL-
DF), começou a se formar no DEM, no MDB e em
outras legendas fora do Centrão um movimento para
tentar isolar essa turma mais próxima de Jair Bolsonaro.
E, agora, com o fim das eleições municipais no próximo
domingo, essa movimentação será cada vez mais
intensa.


A ideia é montar uma chapa completa para concorrer à
presidência da Câmara, pesquisando desde já as
preferências de cada legenda para os cargos da Mesa
Diretora e também as comissões técnicas, algo que Lira
não tem como oferecer para não correr o risco de


perder o apoio do governo. Nos governos petistas,
ninguém conseguiu o feito de isolar o Centrão -- ao
contrário, o Centrão é que isolava os outros. Agora,
porém, que o grupo não está mais tão unido, a chance
surgiu. Se o atual presidente da Câmara, Rodrigo Maia
(DEM-RJ), conseguir pôr o Centrão contra a parede,
Lira terá problemas para levar adiante seu plano de
conquistar a presidência da Casa. Para o governo, o
pior dos mundos.

Café frio

Com Donald Trump na fase de despedidas do G20,
sobe em destaque a União Europeia, que tem lá suas
diferenças em relação ao governo brasileiro. Nesse
sentido, os diplomatas apostam que o ministro da
Economia, Paulo Guedes, não terá muito sucesso com
o discurso sobre as maravilhas da economia brasileira
para o futuro. Afinal, mesmo com a recuperação, o
cenário para 2021 é bem incerto em relação à
aprovação das reformas estruturais propaladas pelo
ministro.

A vacina de Mourão I

Ao dizer que não há racismo no Brasil, o vice-presidente
Hamilton Mourão tenta evitar que o processo político de
mudança em curso nos Estados Unidos desembarque
por aqui. Afinal, ele sabe que as manifestações pela
igualdade racial naquele país serviram de caldo de
cultura para a eleição de Joe Biden. No Planalto, há a
certeza de que, quanto antes os assassinos de João
Alberto, em Porto Alegre, forem punidos, melhor. Afinal,
manifestações quando começam não costumam parar
tão cedo, haja vista o movimento de 2013.

A vacina de Mourão II

O próprio presidente Jair Bolsonaro foi às redes sociais
com apelos contra os conflitos, dizendo que o Brasil tem
uma cultura diversa, um povo miscigenado, o espírito de
um povo rico e maravilhoso. Não usou a expressão "não
temos racismo", mas deixou clara a sua posição a
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