Clipping Banco Central (2020-11-22)

(Antfer) #1

A importância do meio ambiente


Banco Central do Brasil

Correio Braziliense/Nacional - Opinião
domingo, 22 de novembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Produto Interno Bruto

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Pela oitava vez consecutiva, o Brasil fechará o ano com
as contas no vermelho. A primeira onda da pandemia do
novo coronavírus derrubou todas as previsões para este
ano. A equipe econômica prevê que o rombo fiscal de
2020 será de R$ 891,1 bilhões. Desse total, R$ 605
bilhões são atribuídos ao impacto da crise sanitária.


O Produto Interno Bruto (PIB), que teve um
crescimento pífio em 2019 -- 1,1% --, vai encolher neste
ano 4,7%, segundo as previsões mais otimistas. O ano-
novo será velho, com dificuldades ainda bem maiores.
O esforço para levar o país ao caminho do
desenvolvimento exigirá muito do governo. Atrair
investidores nacionais e estrangeiros é imperativo para
alavancar a economia. Mas isso não será conseguido
sem que haja credibilidade e alinhamento do Brasil com
a tendência global.


A política ambiental é ponto de tensão entre o governo
brasileiro e os países desenvolvidos que aderiram ao
Acordo de Paris, que tem entre os seus objetivos
orientar a migração para uma economia verde, a
preservação da natureza e a redução drástica da
emissão de gases de efeito estufa. O propósito é evitar


que a elevação da temperatura comprometa a vida
humana e de todas as espécies do planeta.

Nos últimos dois anos, o Brasil perdeu a condição de
líder mundial de governança ambiental e passou a ser
"pária ambiental", dada a reversão das políticas públicas
para o setor. Neste ano, as queimadas no período de
estiagem e os desmatamentos bateram recordes de
perdas florestais na comparação com a década
passada. Superou, inclusive, os governos de Dilma
Rousseff e Michel Temer, nos quais a questão
ambiental foi relegada a segundo plano.

Nações como França, Alemanha, Noruega e outras têm
capacidade e interesse em investir no Brasil, desde que
a política ambiental não trafegue na contramão da
tendência mundial. Isso implica preservação dos biomas
e, principalmente, dos ecossistemas amazônicos, além
de políticas públicas voltadas às populações originárias
e tradicionais.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Joe Biden,
pretende reingressar a maior potência do mundo no
Acordo de Paris e derrubar as regras editadas por
Donald Trump, um negacionista das mudanças
climáticas. Em relação ao Brasil, Biden se propõe a
arrecadar pelo menos US$ 20 bilhões para garantir a
preservação da Amazônia. Mas, até agora, a sua vitória
não foi reconhecida pelo presidente Jair Bolsonaro,
alinhado com Trump.

Bolsonaro pensa e age diferente. Ele entende que as
condicionantes dos países defensores do meio
ambiente são intervenções e ameaças à soberania
nacional. Ele quer expandir a produção agropecuária, a
mineração e outras atividades que implicam derrubada
da floresta, com impactos ambientais inimagináveis,
além de ameaça à vida das populações indígenas e
tradicionais.

Desconsidera que é possível expandir o agronegócio
sem invadir a floresta. O país dispõe de 55 milhões de
hectares não antropizados disponíveis à produção de
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