Clipping Banco Central (2020-11-22)

(Antfer) #1

PROPOSTAS À PROVA


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - País
domingo, 22 de novembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Banco Central

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Autor: HENRIQUE GOMES BATISTA E RAFAEL
GALDO


Quando cariocas e paulistanos voltarem às urnas no
próximo domingo, estarão em jogo, além do cargo de
prefeito, distintos modelos de condução das contas
públicas. As duas maiores cidades do país têm, em
comum, as dificuldades de caixa agravadas pela
pandemia. Tanto Rio quanto São Paulo preveem
arrecadar, no ano que vem, cerca de R$ 1,5 bilhão a
menos do que tinham estimado para 2020. 0 tombo nas
receitas, no entanto, é só um dos muitos obstáculos
para os candidatos financiarem seus projetos. E cada
um deles tem as próprias soluções para lidar com os
recursos que, se eleitos, terão à mão.


O déficit nas contas já em 2020, o alto endividamento e
o rombo previdenciário também compõem o cenário
financeiro desafiador das duas capitais.


O GLOBO pediu a especialistas que analisassem as
propostas de Eduardo Paes (DEM), Marcelo Crivella
(Republicanos), Bruno Covas (PSDB) e Guilherme
Boulos (PSOL) nessa seara. E eles apontam que as


diversas correntes partidárias e ideológicas que os
postulantes às duas prefeituras representam estão
refletidas nos programas de governo. Para alguns
candidatos , a saída passa por aumentar impostos, para
outros, reduzir. Há quem aposte em privatizações, mas
também quem ponha as fichas em parcerias com o
governo federal.

A diferença é que, no Rio, as contas públicas são uma
tragédia se comparadas às de São Paulo - afirmou a
economista Monica de Bolle, da Johns Hopkins
University (EUA).

"PONTO MORTO ECONÃ"MICO"

A tragédia a que se refere a economista é tema de uma
troca de acusações entre o atual e o ex-prefeito quanto
à culpa pela situação. Crivella repete que assumiu a
Prefeitura sem dinheiro em caixa e pagou R$ 5,2
bilhões de dívidas do antecessor. Paes rebate, lembra
que o Tribunal de Contas do Município avaliou que ele
deixou o cargo com as contas ajustadas e diz que
Crivella não sabe a diferença entre conceitos básicos de
contabilidade.

Para além dos ataques, o fato é que o vencedor do
pleito assumirá o cargo com uma estimativa de
arrecadação de R$ 31,27 bilhões, 4,7% abaixo da
prevista para 2020. 0 quadro pode ser ainda mais grave,
pois a meta só foi alcançada pela última vez em 2010.

Há outros agravantes. Faz quatro anos que a prefeitura
gasta mais do que arrecada. O déficit na Previdência
chega a R$ 1 bilhão. Em 2019, antes da pandemia, a
disponibilidade de caixa para honrar os compromissos
estava negativa em R$ 3,9 bilhões. Em meio a essa
situação fiscal, o recente "pacote de bondades"
proposto por Crivella, que prevê a redução do IPTU,
poderia minguar ainda mais os recursos - com perdas
acima dos R$ 500 milhões, segundo técnicos.

Enquanto isso, diz o economista Bruno Sobral, da Uerj e
coordenador da Rede Pró-Rio, há tempos a cidade anda
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