seu suplemento diário de lazer e cultura
'Eu escrevo .em f~nção
"de cada momento'
Erándoaau:ista,JoãoRasaSa:niDs, autor de títulos como Balabina, Kubanza e outros, lança
hoje, na União dos Escritores Angolanos, Etu Mudietu (Entre nós), um conjunto de cróni-
cas publicadas neste jornal
texto de Dani Costa
fotos de Vll'gílio Pinto
e
udietué o titulo do
que vai lançar no
mno dia 8 de Feve-
. Aquesedeveaes-
lha desta frase enig-
mática da língua Kimbundu, de-
pois de Balabina e Kubanza?
Entre nós, é como eu gosto de ser
e estar na literatura. Penso que é
preciso preservar a nossa identi-
dade e valorizar as nossas línguas
nacionais. Daí a razão de titular as
minhas obras no nosso kimbun-
do. Julgo que desta forma, estou a
contribuir para que os mais novos,
as novas gerações percebam me-
lhor os nossos missossos, as nos-
sas origens.
Quando se diz crónicas ao aca-
so, podemos dizer que não tive-
ram uma estruturação temática
à partida e foram sendo concebi-
das à medida dos próprios aconte-
cimentos?
Eu escrevo em função de cada
momento e dos factos que ocor-
rem no dia- a- dia. Assumi o pro-
pósito, neste projecto de a cada
Sexta- feira trazer algo de novo
para os nossos leitores. Assim
aconteceu nos últimos três
anos. Daí a razão de cróni-
cas ao acaso.
As crónicas que fazem
parte deste livro foram
quase todas escritas no
jornal OPAÍS. Que crité-
rios ditaram a escolha
das que integraQl esta
obra?
Como sabe, enquanto colunista,
abraceisempreopropósitodesaber
ver, ler e ouvir opiniões diversas. A
selecção,.emboranãotendosidofá-
cil, resultou desta visão. As cróni-
cas que mereceram maior aceita-
ção constam desta obra com mais
de duzentas páginas.
MaJanje, aprovínciaondeporsinal
nasceu, tem estado sempre pre-
sente nas suas crónicas. Será sem-
pre assim ou a1gum
dia esta 'forçasu-
perior' poderá
ser superada?
Foi em Ma-
lanje, na Ki-
tota,ondeo
meu um-
bigocaiu. É
lá onde, num
futuro não
-..;
muito longínquo, penso me insta-
lar e passar os últimos' dias da mi-
nha vida. Malanje é e· será sempre
o meu berço maior, a razão morda
minha existência. Eu sou um an-
golano de Malanje, o que muito me
honra e orgulha.
É quase uma tradição ver os seus
livros publicados inicialmente em
MaJanje. O que se passou desta vez
em que Luanda parece que vai ser
oprimeiropontodelançamentode
Etu Mudietu?
Talvez, um acaso de percurso,
uma alteração pontual de calen-
dário em função da combinação
de agendas e calendários de todos
quantos, directa ou indirectamen-
te, têm participação activa no pro-
jecto. Estou a falar não só do au-
tor como também do prefaciador,
dos patrocinadores, da editora, da
gráfica. Malanje não está esqueci-
da e dentro de pouco tempo, "Etu
Mu Dietu", será apresentado com a
pompa e circunstância de sempre
na minha terra natal. Porque não, a
11 de Setembro do corrente ano, por
ocasiãodotrigésimoaniversárioda
liga da velha guarda de Malanje? A
ver vamos!...
'Confesso não ter sido fácil revi-
sitar o passado, reviver o presen-
' te ou idealizar o futuro', foi assim
que se despediu dos leitores, na úl-
tima crónica que escreveu. O que
mais prazer lhe dá: revisitar o pas-
sado, reviver o presente ou ideali-
zar o futuro?
'fudo está interligado. Tanto no
passado, quanto no presente vi-
vemos bons e maus momentos. O
Se soubesse,
rápido perce-
beria, que os
seres humanos
muito se pare-
cem aos avi-
ões, pois, so-
mente são
grande notida,
manchete,
quando caem.
Todo resto é
resto, deixa a
vida levar"