O PAís Sexta-feira, 08 de Fevereiro de 2019 17
mais importante, a meu ver, é saber cor-
rigir os nossos erros e primar todos os dias
pelo mais e pelo melhor. Somente assim
agindo o futuro poderá sorrir. E como sou
um optimista nato, acredito que com em-
penhoe determinaçãoépossfvelalavancar
um amanhã promissor.
Certavezescreveuque, 'comocantavaofi-
nado Bel do Samba, "é catuta .... puxa catu-
ta", angolanoabreoollio. Nada de ficar dis-
traído, perderonovorumo". O que se pode
esperar destes novos tempos que, suposta-
mente, se vivem no país?
Os tempos são novos, é um novo ciclo, os
maus hábitos e maU\ costumes devem ser
excluídos do nosso dicionário devida. É ca-
tuta, puxa catuta, para frente é o caminho,
de olhos abertos e em torno de um objectivo
comum: fazer de Angola um bom país para
se viver, hoje, amanhã, sempre!
Ainda temos um país em que as pessoas se
safam na fotologia, a bisnologia, a bajolo-
gia, aboatologia, alixologia, akudurologia,
a comentarologia, ainertologia'?
A crónica é uma narração curta, uma
narrativa histórica que expõe os factos se-
guindoumaordemcronológica. Eu escrevo
os "mambos" do dia- a-dia. Sou adepto das
boas práticas de gestão, gosto da excelên-
ciaenquanto razão para ascendência. Feliz-
mente, aqui e acolá, já se fala mais da me-
ritocracia, do conhecimento, da experiên-
cia. Por este andar, as práticas menos boas,
algum dia estarão certamente em desuso.
Continuamos a ter um país de Doutores,
como apelidou um dia a nossa Doutorlân-
dia?
Numa sociedade, todas as profissões são
úteis, necessárias, e como taldevemserde-
vidamente valorizadas. Pensar o contrário
é pura ilusão. Aflnaladoutorlândiaé apenas
uma crónica, pura ficção. Técnicos supe-
riores, técnicos médios, operários, campo-
neses, enfermeiros, professores, pedreiros,
carpinteiros, cozinheiros, babás, canali-·
zadores, e por aí adiante, todos são impor-
tantes para o progresso e desenvolvimento
harmonioso de uma nação.
Foi descrito, em tempos, pelo escritor Ka-
jimBangala, como um bom cronista e con-
tador de histórias. É um processo fácil tra-
zeraquiparaforaashistóriasdodia-a-dia?
, Nós, os cronistas fazemos parte do dia-
a- dia. Desde logo, aminhasaudaçãoespe-
cialao KajimBangala, umarnigoecolegade
longa data. Quando temos força de vontade
e contamos com o Dom divino, nada é difí-
cil. Porissoéquecada umécomocadaqual.
Quais são oS projectos para o futuro ao ní-
vel da literatura?
Amanhã é outro dia. Para hoje, a prio-
ridade é mais logo, ao fim do dia, na sede
da União dos Escritores Angolanos proce-
der ao lançamento do "EtuMuDietu". Mui-
to brevemente, teremos novidades. Afmal,
parar é morrer.
'Se soubesse, rápido perceberia, que os se-
res humanos muito se parecem aos aviões,
pois, somente são grande notícia, manche-
te, quando caem. Todo resto é resto, deixa
a vida levar'.
O que se arrepende de ter sabido ou não?
· A vida é uma escola, e cada um deve ti-
rar as suas ilações. É só ler os jornais, ouvir
as rádios, as televisões e facilmente perce-
bemos que nada é imutável. O importante
é aprender e apreender sempre, e cada vez
mais.
Opaísquetemoshojeéounãoumaboafon-
tedeinspiraçãoparaassuascrónicas?Por-
quê?
A escrita é para mim uma paixão. Escre-
vo com gosto e gozo sempre e quando ne-
cessário. A inspiração não tem fronteiras,
nesta aldeia cada vez mais global tudo que
vale a pena partilhar é bom. E é a crónica,
a minha melhor "praia" para escrevinhar
um pouco das minhas vivências e ambiên-
cias. O que não falta aqui na banda são fon-
tes de inspiração. Daí Etu Mu Dietu ou tão
somente Entre Nós.
ANGDALISSAR
LDA
O Seu Mundo Alimentar
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