Exame - Portugal - Edição 440 (2020-12)

(Antfer) #1

Micro



  1. EXAME. DEZEMBRO 2020


cebem que o Algarve, Évora ou o Douro
ficam a poucas horas de distância de car-
ro. Alguns acabam por investir em ativos
da hotelaria.
“Cada cliente que vem para cá viver
gera em média 20 a 50 mil euros por ano
em consumo no País. E, até 2019, os seus
projetos de investimento representaram
entradas de capitais próximas dos 50 mi-
lhões”, refere o CEO, que descreve o mo-
delo de negócio da Kleya como um misto
de consultor, agente de relocation e con-
cierge. Ou seja, alguém que ajuda a en-
contrar espaço para viver e desenvolver
negócio, presta aconselhamento legal e
fiscal (através de parceiros), trata da logís-
tica da mudança e disponibiliza o ecossis-
tema de serviços de que o cliente precisa.
Todo o processo de angariação, garante,
cumpre até em excesso com as regras para
prevenção e combate ao branqueamento
de capitais, que prevê análises a provas de
fundos e a bases de dados internacionais,
como a que identificou um potencial clien-
te ligado aos Panamá Papers. Um pente
fino que deu azo a recusas, ainda assim re-
siduais: “Quando a pessoa em causa perce-
be o nosso posicionamento e como traba-
lhamos, normalmente afasta-se.”


PORTUGAL MAIS IMPORTANTE
DO QUE BIDEN
Havendo condições para, como pretende,
desenvolver o projeto do fundo de capital de
risco no âmbito dos vistos gold, o mercado
norte-americano deverá ser a maior aposta
da Kleya durante os próximos anos. E mais
importante do que saber o que pode signifi-
car a eleição presidencial de Joe Biden para
a relação entre os dois países, deverá ser o
posicionamento de Portugal para concorrer
com Irlanda, Reino Unido, Itália ou Espanha.
“Qualquer que seja a administração
norte-americana, os investidores norte-a-
mericanos procuram globalmente as me-
lhores oportunidades para a sua expansão
e cabe-nos a nós mostrar que temos todas
as condições – posição geográficas, infraes-
truturas, quadro legal e fiscal, recursos hu-
manos ou segurança – para proporcionar
essas oportunidades”, resume Vasco Rosa
da Silva, que elege os portugueses ou luso-
-descendentes a viverem nos EUA como um
dos segmentos potenciais. “Há uma diáspo-
ra enorme de empreendedores, empresá-
rios e académicos que seria muito bem-vin-
da em Portugal, não só para investir cá mas
também para trazerem mais ideias e capital
dos EUA para o nosso país.” E

70%
Suspensos
50% a 70% da faturação potencial
ficou em pausa com a pandemia, pela
suspensão de projetos adjudicados
à Kleya. “A boa notícia é que não houve
nenhuma desistência”, salienta Vasco
Rosa da Silva

50


MILHÕES
de euros
Valor das entradas de capitais
envolvidas nos projetos de investimento
fechados até 2019 por clientes da Kleya
que vieram para Portugal

Marcas da pandemia
Os poucos projetos de clientes da Kleya que
não ficaram em suspenso são para zonas
do Interior, como um glamping a concretizar
no Alentejo por um investidor espanhol
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