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DE SURPRESAS
SONY A7C €2100
C
omeçamos pelo mais óbvio: que
câmara belissima! A Sony ‘aban-
dona’ o estilo retangular que é
tão característico das suas máquinas,
para apostar num formato mais clássico,
a fazer lembrar as câmaras analógicas,
algo que se torna mais evidente neste
modelo por ter um acabamento pratea-
do na parte superior. Além do aspeto,
a construção é super-sólida, algo que
se deve à estrutura principal da câma-
ra ser construída a partir de um bloco
de magnésio – o que também permite
A A7C suporta objetivas
E-mount. Há um kit
com a objetiva 28-60 mm
e custa €2400
manter o peso reduzido. Isso o tama-
nho compacto (daí o C no nome) – se é
um ponto positivo no manuseamento
e transporte, mas com objetivas gran-
des promete criar algum desequilíbrio
de peso. Destaque ainda para o punho
saliente, num plástico pontilhado suave,
e temos uma câmara cheia de pinta,
muito fácil de segurar apenas com uma
mão e cujo tamanho... engana. Porquê?
Porque integra um sensor full frame, que
tipicamente existe em câmaras muito
maiores e mais pesadas. O que é que isto
significa? Graças ao tamanho generoso
do sensor (mas não só), esta câmara
apresenta-se com um desempenho
muito bom e versátil tanto em vídeo
como em fotografia. Mas a redução de
tamanho tem implicações na usabilida-
de, especificamente no posicionamento
dos botões: não gostamos do lugar cen-
tral do botão Menu, demasiado longe de
onde habitualmente os dedos estão em
repouso (sendo que se usarmos a mão
esquerda para lá chegar, vamos ativar
o sensor do visor ótico, que desliga o
ecrã da câmara). E também não temos
os botões C (para acesso rápido a perfis
de imagem costumizados), que farão
falta a quem procura fazer um uso mais
profissional da câmara. Gostamos do
facto de termos um botão dedicado para
gravar (bem posicionado, junto à extre-
midade direita) e já não gostamos tanto
da roda que nos dá acesso aos modos de
captação de imagem – é de rotação dura
e não facilita uma passagem rápida de
fotografia para vídeo (apesar de permitir
iniciar gravação em modo fotografia).
FOCO RÁPIDO,
CORES VIBRANTES
Quem lê as nossas análises às Sony pode
achar o destaque à focagem repetitivo,
mas a verdade é que, independentemente
do formato da câmara, a empresa conse-
gue sempre implementar uma focagem
de topo e a A7C não é exceção. Além de
conseguir cobrir a esmagadora maioria
do objetivo fotográfico (mais de 90%),
é muito rápido a focar e responde, de
forma igualmente satisfatória, mesmo
se o objetivo estiver em movimento.
Temos uma velocidade máxima de dez
disparos por segundo que, não sendo má,
também não torna esta câmara propria-
mente ideal para fotografar elementos
muito velozes. Na fotografia, o elemento
que mais nos agradou é a capacidade
de interpretação de profundidade que a
câmara tem, resultando em elementos
com uma desfocagem precisa e de efeito
muito suave – o que coloca a A7C numa
boa posição caso a sua primeira opção
seja fotografia de retrato. No geral, as
fotografias têm uma boa resolução, estão
repletas de detalhes e com cores vivas. No
capítulo do intervalo dinâmico, esta Sony
também se apresenta com um desempe-
nho muito competente. Mas neste nível
de preço e sobretudo com um sensor full
frame, estará igualmente interessado no
que consegue em termos de vídeo.
O 4K QUE SABE A POUCO
Praticamente tudo o que dissemos para
a fotografia repete-se em elogios se-
melhantes para a parte do vídeo: cores
muito boas, excelente definição e de-
talhe... Resumindo, a Sony a manter a
bitola alta, tal como nos tem habituado.
Gostamos da forma rápida como o foco
contínuo consegue responder à mudança
de elementos e atestamos a eficácia do
seguimento inteligente por olho, uma
grande ajuda quando estamos a filmar
uma pessoa. Outro ponto claramente
Ao centro,
o adaptador
multi-interface (MI)
que permite usar
acessórios como o
microfone ‘shotgun’
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