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um tempo ingrato para ser um
Mate. Design, desempenho, câ-
maras e inovação – o novo topo
de gama da Huawei brilha em todos esses
campos, mas ainda é penalizado pelo
fator exógeno de não poder ter serviços
Google. Já lá vamos. Comecemos a aná-
lise pelo que chama primeiro a atenção:
o design. O Mate 40 Pro exala premium
por todos os poros, com uma qualidade
de construção imaculada com vidro à
frente e atrás e alumínio no rebordo. Tem
uma espessura ainda apreciável, mas esse
facto acaba remetido para segundo plano
graças ao ecrã ‘edge’ que possui. Este
‘entrar pelas laterais’ ou curvatura de
88°, que permite um rácio corpo/ecrã de
94,1%, aumenta a sensação de imersão,
mas não está isento de problemas. Um
deles é que, quando escrevemos, algumas
letras ficam quase de fora, e outro pren-
de-se com a visualização de conteúdos,
que também pode padecer da mesma
maleita em algumas situações. Tirando
isso, a qualidade de imagem deste painel
OLED FHD+ de 6,7” é um colírio para os
olhos e a taxa de atualização de 90 Hz
garante fluidez na resposta à navegação.
Na parte de trás do chassis, que tem
certificação IP68, salta à vista aquilo
que a Huawei batizou de Anel Espacial.
É, na prática, o círculo onde estão em-
butidas três câmaras, um sensor laser
e o flash. E o Mate 40 Pro mantém a
bitola elevada a que a fabricante nos
habituou no campo fotográfico. Bom
alcance dinâmico, riqueza nos detalhes,
interface intuitiva e indiscutivelmente
a melhor fotografia noturna. Não só o
Mate consegue capturar boas imagens
em ambientes com pouca luz como
consegue ‘ver’ em locais onde o olho
humano não consegue. Podemos foto-
grafar uma sala escura (sem recorrermos
ao flash) que o smartphone consegue
mostrar algo – impressionante! A nível
de zoom, temos disponível um ótico de
5x, um híbrido de 10x e um digital de
50x. Um aspeto de que gostámos parti-
cularmente foi o trabalho bem-sucedido
da Huawei para reduzir o efeito ‘olho de
peixe’ em imagens captadas com a lente
ultra grande angular. E continuamos
fãs da funcionalidade Vista Dupla, que
permite gravar vídeo simultaneamente
com a câmara traseira e a frontal. Só
desejávamos que o resultado fossem doisO Petal Maps revelou-se uma boa
alternativa ao Google Maps e ao
Waze. É fiável e tem uma interface
limpa, só lhe falta voz em Portuguêscesso de fabrico de 5 nanómetros e está
preparado para o 5G. Este é um SoC que
conta com 15,3 mil milhões de transís-
tores e oito núcleos. No evento de apre-
sentação mundial, a Huawei fez muitas
comparações com o Snapdragon 865+ da
Qualcomm para mostrar que apresentava
melhores resultados. Queríamos verifi-
cá-lo nos nossos benchmarks habituais,
mas não conseguimos correr a maioria
deles neste terminal. Os valores de re-
ferência apontam para que este Mate
esteja na disputa pelo título de smar-
tphone mais poderoso de sempre, mas,
impossibilitados de executar os testes
que permitem uma comparação direta
e justa com os rivais, não o podemos
afirmar de forma peremptória.
Parte da razão para não conseguirmos
correr alguns dos nossos benchmarks
‘clássicos’ prende-se com o facto da
Huawei continuar sem poder usar – de
forma oficial, saliente-se – os serviços
da Google. O que é que isto quer dizer?
Que o sistema operativo do Mate 40 Pro
é baseado no Android 10, mas que não dá
acesso a apps como Play Store, YouTube,
Gmail, etc. Há formas de contornar a
questão? Sim, e uma pesquisa online
permitirá aos utilizadores avançados
fazê-lo, embora o simples recurso à
aplicação Phone Clone permita passar
imediatamente apps como a Maps. Além
disso, a Huawei continua a apostar nos
seus Mobile Services (HMS) e afirma que
a AppGallery já é a terceira maior loja
mundial de aplicações (atrás, obviamen-
te, das da Google e da Apple). E sim, o
número de aplicações disponibilizadas
para consumidores nacionais continua
a crescer a cada dia, com particular des-
taque para as relacionadas com a banca.
Mas continuam a faltar algumas básicas,
como o Netflix.
Cabe ao utilizador, portanto, refle-
tir até que pontos está dependente dos
Google Services ou se passa bem sem
eles. Podemos, contudo, dizer que fi-
cámos deveras impressionados com a
funcionalidade Petal Maps, que tem uma
interface ‘limpa’ e se portou muito bem
como serviço de trânsito: rico na oferta
de trajetos possíveis, boa indicação de
caminho, fiável na previsão do tempo de
chegada e adaptação rápida a mudanças
no percurso. O único senão: não há ainda
voz em português. Paulo MatosCÂMARA ULTRA GRANDE ANGULAR
CINEMATOGRÁFICA DE 20 MP, ABERTURA F/1.8SENSOR LASER PARA FOCO
CÂMARA GRANDE ANGULAR ULTRA VISION
DE 50 MP, ABERTURA F/1.9, SENSOR
1/1.28 POLEGADAS, MATRIZ DE FILTROS
DE COR RYYB, AUTOFOCO OCTA PDCÂMARA TELEFOTO DE 12 MP,
ABERTURA DE F/3.4, OIS,
ZOOM HÍBRIDO 10X E DIGITAL 50X, OISficheiros individuais para podermos ter
mais liberdade na edição.O CAMINHO FAZ-SE...
NO PETAL MAPS
Em termos de desempenho, consegui-
mos realizar todas as tarefas do quotidia-
no sem qualquer problema. Saliente-se
que o Mate 40 Pro conta com um pro-
cessador Kirin 9000, que segue o pro-