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NOTA FINAL
ALTOS E BAIXOS
+
U
m jogo de Realidade Aumentada (RA) que
não precisa de óculos caríssimos. Além de
um kart telecomandado, que vai fazer as
delícias dos colecionadores, a caixa inclui quatro
pórticos numerados e duas placas indicadoras de
sentido. Sim, é mesmo isso: o jogador pode construir
uma pista para correr com o kart, que é comando
pela Switch.
Após abrirmos a caixa, em menos de 10 minutos
estávamos a fazer corridas. Começamos por apontar
a câmara montada no kart para o código QR que
aparece no ecrã da consola para estabelecer a ligação
com o carro de corridas; usamos a mesma câmara
para fazer uma foto do piloto para colocar na carta
de condução virtual; montamos os pórticos – devem
ter sido desenhados pelos mesmos engenhosos que
criaram os kits Labo; e toca a acelerar.
Quando iniciamos a primeira volta, aparece uma
personagem com um balde de tinta que é derramada
sobre as rodas do carro. Onde o carro passa, ficam as
marcas da tinta, que são usadas para criar o circuito.
O que significa que é possível criar curvas à vontade
entre os pórticos. Para tornar a pista mais interessan-
te, podemos recorrer a objetos, como cadeiras, caixas
de cartão... São recomendados uns 3x2,5 metros de
área para criar a pista, mas mais espaço permite de-
senhar circuitos mais intricados e desafiantes. Depois
de desenhado o circuito, basta colocar-nos na ‘reta
da meta’ para iniciar uma corrida. A partir daqui,
parece que estamos no jogo Mario Kart que tantos
fãs da Nintendo já conhecem. A grande diferença é
que o carro do jogador é real, bem como parte da
pista. Tudo o resto é virtual: os outros corredores, os
power-ups, as armadilhas... Sim, significa que, por
exemplo, podemos atirar tinta a outros concorrentes
ou aplicar um foguete para ganhar velocidade. Ou,
simplesmente, apanhar moedas.
A tecnologia de Realidade Aumentada está, no
geral, bem conseguida. Por exemplo, se chocarmos
contra um adversário virtual, ‘sente-se’ o impacto
no comando e o nosso kart trava. E como se vê a
imagem da corrida através da câmara instalada no
kart, que anda, literalmente, ao nível do chão, o
efeito escala faz com se se tenha uma sensação de
grande velocidade. Mesmo apesar de, na realidade,
o kart andar devagar. Pelo menos nas categorias de
50 e 100 cc, já que, ao avançarmos, temos acesso a
categorias mais rápidas e adversários mais difíceis. E,
claro, há sempre os power-ups para acelerações que,
através do ecrã, parecem ser vertiginosas. As imagens
de realidade aumentada também são aplicadas aos
pórticos e aos indicadores das curvas. E apesar de o
kart físico não ser personalizável, podemos ganhar
outras skins que também são aplicadas através de RA.
Mas nem tudo é perfeito. Verificámos algumas
inconsistências na RA. Por vezes, os adversários 'fa-
zem batota', como passar por objetos físicos ou não
respeitar o traçado da pista que fizemos com tanto
cuidado. Também por isto acabámos por gostar mais
do modo de jogo time-trial à vez. Situação em que
tentamos fazer o melhor tempo, sem adversários
virtuais. Acaba por ser o único modo multijogador
acessível, já que pouco serão os que podem comprar
um segundo kart e ter uma segunda consola à mão.
Claro que é sempre possível levar o nosso kart para
correr na pista de um amigo.
Ainda nos aspetos negativos, é mesmo muito
importante montar a pista num piso liso, sem ir-
regularidades, e numa divisão bem iluminada para
garantir boa qualidade do vídeo.
VALE A PENA COMPRAR?
Esta é uma boa forma de experimentar RA sem
grande investimento. E tem grande longevidade
porque é sempre possível voltar a fazer uma cor-
rida, ainda mais quando podemos criar as nossas
próprias pistas. Está, sem dúvida, entre os jogos
que mais nos divertiram este ano. Em suma, a
nossa resposta é um “sim”. Já agora, Mario Kart
Live Home Circuit é uma excelente prenda de Natal
para quem tem uma Switch. Sérgio Magno
4,6
Switch
Realidade
Aumentada
a um custo acessível
Grande
longevidade...
Pistas infinitas
Algumas falhas
na Realidade
Aumentada
Multiplayer
fica bem caro