Exame Informática - Portugal - Edição 306 (2020-12)

(Antfer) #1
70

NOTA FINAL
NOTA FINAL

P


arece que, quando estamos prestes a testar um si-
mulador de desporto, nos deparamos sempre com
a mesma dúvida: será este um título que privilegia
o realismo? Ou o estúdio aposta numa jogabilidade mais
divertida e arcade? Em Tennis World Tour 2, a resposta é
clara: tentou-se uma aproximação mais realista. Isto é,
simultaneamente, positivo e negativo. Como habitual em
simuladores de ténis, há diferentes tipos de pancadas à
disposição – slice, top spin, lob, etc. – que têm de ser
combinadas com o timing, força e colocação da bola. Ou
seja, são vários parâmetros para controlar, como na vida
real. Contudo, isto faz com que seja demasiado frequente
cometer erros não forçados, especialmente para quem
está a dar os primeiros passos no jogo e ainda não domina
a colocação e força das pancadas. Além disso, a mecânica
de serviço é pouco intuitiva. Depois é preciso ter em conta
o tipo de piso no qual está a decorrer a partida, porque tem,
naturalmente, influência no desenrolar do encontro. Por
exemplo, terra batida implica mais troca de bola no fundo
do court, enquanto relva propicia mais subidas à rede.
É possível escolher entre 38 jogadores reais e as partidas
a pares são um bom entretenimento com amigos. Grafica-
mente, Tennis World Tour 2 fica-se pela qualidade q.b.. No
modo carreira podemos criar o nosso próprio jogador, mas
achámos que a personalização está demasiado dependente
do investimento em ‘moedas’ que vamos ganhando (rou-
pa, sapatilhas, raquetes, etc.). Apreciámos a variedade de
opções à disposição e que nos fazem decidir se queremos
treinar, competir em torneios, descansar ou recrutar outro
treinador. Porém, as características com que iniciamos
a carreira – força, resistência, agi-
lidade e precisão – são diminutas e
não sentimos muita motivação para
continuá-la. Até porque o sistema de
cartões, que influencia temporaria-
mente as estatísticas dos jogadores
para que possa ficar em vantagem
durante pontos importantes, é algo
confuso. P. M.

S


ou um saudosista dos videojogos, especialmente os
que fizeram sucesso na PlayStation One (a minha
primeira consola ‘a sério’) e é com um brilhozinho
nos olhos que vejo o marsupial mais famoso do mundo vol-
tar, numa história original, para uma aventura nas consolas
atuais. E ao contrário de outras velhas glórias (sim, Medievel,
estou a olhar para ti), o respeito pelo passado e a adaptação
à jogabilidade moderna são elementos que abundam neste
novo jogo. Em Crash Bandicoot 4 temos de salvar não só o
universo (pff, cliché), mas vários universos paralelos (um
novo tipo de cliché), já que os eternos vilões Neo Cortex
e Nefarious Tropy conseguem libertar-se de uma prisão
interdimensional – abrindo uma fenda entre universos pelo
caminho. Além de ser o mote para a história, é o mote para
novidades: por exemplo, podemos repetir alguns níveis,
mas na perspetiva de uma outra personagem e num outro
universo. No que à jogabilidade diz respeito, o estilo na
terceira pessoa, a variação na perspetiva das câmaras, as
caixas de madeira, os sons, os níveis bem engendrados que
rapidamente se tornam irritantes por tanto nos matarem...
tudo aquilo que fez de Crash Bandicoot um sucesso, está de
volta e melhor: existem novos movimentos, como deslizar
por ‘carris’, e novos itens que trazem uma frescura impor-
tantíssima. Existem quatro máscaras para colecionar e que
dão acesso a habilidades como materializar ou desmateria-
lizar plataformas ou transformarmos o Crash num pequeno
furacão negro que consegue saltar mais longe. Enquanto jogo
de 'preço completo', a longevidade não é grande (menos
de 10 horas), mas o jogo está repleto de desafios paralelos
(como as cassetes do tempo, que dão
acesso a mais de 20 níveis num estilo
retro), ideal para os colecionadores
de troféus. No final, Crash Bandicoot
4 ‘cheira’ a um jogo de plataformas
moderno e dá nova vida a uma per-
sonagem divertida, que traz boas
memórias e que andou demasiado
tempo esquecida. R.R.F.

ERRO NÃO FORÇADO


JÁ NÃO ERA


SEM TEMPO!


TENNIS WORLD TOUR 2 €49,99

CRASH BANDICOOT 4: IT’S ABOUT TIME €69,99

PC, PS4 (testado),
Switch, Xbox One PS 4 (testado), Xbox One

3,4
4
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