RANKING
EXPORTAÇÃO
RANKING
TOP
SCORE
80
FARFETCH
AS MAIORES DO PORTUGAL TECNOLÓGICO
PANDEMIA
CONFIRMA SUCESSO
DO MODELO
DE NEGÓCIO
A aquisição de mais um ativo estratégico
valeu à Farfetch resultados e crescimento
recorde em 2019. Em 2020, e sob o efeito
do confinamento, a plataforma de venda
de artigos de luxo online, teve um
segundo trimestre em que dispararam
receitas e novos clientes
Tex t o Fátima Ferrão Foto D.R.
C
onstruir a “plataforma global líder para a indús-
tria da moda de luxo” foi, desde a fundação da
Farfetch, há 12 anos, o objetivo de José Neves,
o homem por detrás daquela que foi a primeira
empresa nacional a receber o título de ‘Unicórnio’ (atribuído
a start-ups avaliadas em mais de mil milhões de dólares).
“A nossa estratégia foi sempre clara e investimos muito
nesse sentido”, afirma Cipriano Sousa, Chief Technology
Officer (CTO) da tecnológica. Mais de uma década depois,
os resultados estão à vista, com a Farfetch a bater recordes
de crescimento consecutivos, e a fechar as contas de 2019
com um quarto trimestre “extraordinário”, como assume
o CTO. “O nosso GMV (Growth Merchandise Volume) atin-
giu o valor recorde de 2,1 mil milhões de dólares (cerca de
1,7 mil milhões de euros) nos 12 meses, incluindo todo o
grupo. Isto representa um crescimento de 52% YOY (Year
Over Year)”. Para Cipriano Sousa, os resultados atingidos
demonstram que a empresa segue o rumo antecipado desde
a sua criação. “O sucesso do nosso modelo de negócio num
momento tão difícil e tão imprevisível é a prova de que
estamos no caminho certo”.
Na edição de 2020 das “Maiores do Portugal Tecnológi-
co”, promovida pela Exame Informática em conjunto com
a Iberinform Crédito Y Cauciòn, a Farfetch volta a ser dis-
tinguida na categoria ‘Exportação’, por se apresentar como
a mais exportadora no ranking das 200 maiores empresas
tecnológicas, mas também na categoria ‘Top Score’, que
distingue a empresa que melhores resultados apresenta em
todos os critérios analisados.
MAIS E MELHOR PORTEFÓLIO
Ao longo da sua existência, o desenvolvimento da Farfetch
tem sido feito de um misto entre crescimento orgânico e por
aquisições. Esta estratégia de compra de parceiros estratégicos
para o negócio faz parte da dinâmica da tecnológica, e não foi
exceção em 2019, ano em integrou o New Guards Group (NGG),
“que inclui um portfólio único de marcas, com uma relevância
cultural incrível no mundo da moda”, como explica Cipriano
Sousa. O objetivo era tornar a Farfetch num canal ainda mais
atrativo para parceiros e clientes. “Ao proporcionarmos esta
variedade e qualidade estamos a atrair uma audiência muito
maior, e as próprias marcas preferem estar junto de outras
marcas atrativas para os consumidores”, reforça. Esta aposta
deu rapidamente os seus frutos, permitindo à empresa fechar
o ano de 2019 com maior quota de mercado, e um GMV a
crescer 40%, aproximadamente o dobro da indústria do luxo.
A entrada pujante em 2020 trouxe, contudo, alguma incer-
teza quando, durante o primeiro trimestre, o mundo parou e o
confinamento obrigou muitos negócios a travar a fundo. Ainda
assim, revela o CTO, “mantivemos a tendência de crescimen-
to”. Cipriano Sousa explica que o impacto do confinamento no
comportamento do consumidor resultou num aumento muito
rápido das vendas online, em geral, mas também no mercado da
moda de luxo. “As receitas dispararam 74%, para 365 milhões
de dólares (312 milhões de euros) entre abril e junho, em pleno
período de confinamento e, no mesmo período, a faturação
cresceu 48%, para 721 milhões de dólares (616 milhões de
euros), exemplifica. Durante o segundo trimestre, a Farfetch
conquistou ainda mais de meio milhão de novos clientes. ■
Cipriano Sousa explica que o
confinamento aumentou as
vendas online, o que permitiu
um crescimento nas receitas