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86
CRITICAL TECHWORKS
AS MAIORES DO PORTUGAL TECNOLÓGICO
“PROCURÁVAMOS
UM PARCEIRO COM
ADN INOVADOR”
Estabilidade política, afinidade tecnológica
e muito talento a ser formado nas
universidades em tecnologias chave
ditaram a escolha de Portugal
na hora de encontrar o parceiro ideal
Texto Fátima Ferrão Foto D.R.
A
portuguesa Critical Software foi a empresa es-
colhida pela gigante BMW como parceiro para o
desenvolvimento da nova geração de software para
automóveis. Depois de uma prospeção pelo mer-
cado europeu, a empresa alemã descobriu em Portugal o que
procurava: um parceiro com ADN 100% inovador. A aventura
começou há dois anos e, até ao momento, as expectativas de-
lineadas por ambas as partes foram “largamente superadas”,
como admite Jochen Kirschbaum, Chief Operational Officer
(COO) da Critical Techworks, empresa que resulta da joint-
-venture entre BMW e Critical Software.
Segundo o COO, a escolha da Critical teve também a ver
com a qualidade do talento no desenvolvimento de sof-
tware, um recurso escasso na Alemanha, e também com a
proximidade da sede da BMW, dois critérios fundamentais
para a marca automóvel. “Procurávamos uma empresa que
tivesse know-how state-of-the-art, modelos de trabalho
inovadores, que fosse 100% ágil, e que tivesse uma boa
equipa, autónoma, hierarquia horizontal, e com a inovação
no ADN”, explica.
Para a BMW, este era o passo de que necessitava para
acelerar o desenvolvimento e a inovação interna, essenciais
numa altura em que 90% da inovação nos automóveis vem
do software. “É muito importante ter a capacidade de de-
senvolvimento do software inhouse, pois é fundamental para
o sucesso e para ser inovador”, refere Jochen Kirschbaum.
O arranque fez-se com cerca de 100 programadores da
Critical Software que ‘migraram’ para a Critical Techworks
com o objetivo de injetar o ADN inovador na nova empresa,
mas também com os principais cargos de administração
ocupados por portugueses. Esta opção, conta o COO, foi
fundamental para o sucesso. “Achámos que era essencial ter
portugueses a liderar porque conhecem o país, o mercado,
as pessoas e o ambiente”. Ainda assim, na BMW nem todos
gostaram desta opção porque habitualmente estas posições
são sempre ocupadas por colaboradores da marca. “Acredito
que neste caso temos sucesso porque fizemos diferente”,
admite Jochen.
DE START-UP A GRANDE EMPRESA EM DOIS ANOS
Da mesma forma que, nos automóveis, a capacidade de
acelerar dos 0 aos 100 no menor tempo possível é uma
vantagem competitiva, o mesmo acontece nas empresas.
“Em dois anos temos uma equipa com 500 pessoas e até ao
fim do ano estamos a focar-nos em crescer para os quatro
dígitos”, afirma Jochen Kirschbaum. Uma dimensão neces-
sária para acompanhar o crescimento do volume de negócio
que também foi muito superior ao inicialmente previsto.
“Duplicámos o crescimento nos primeiros dois anos, o que
também é KPI de sucesso e que significa que a BMW nos deu
muito mais confiança do que esperávamos, duplicando o
investimento na Techworks e neste mercado”, reforça o COO.
Aliás, é precisamente nestes dois indicadores – emprego e
volume de negócio – que a Critical Techworks vence nesta
edição de “As Maiores do Portugal Tecnológico”, sendo
considerada “Fast Mover”, ou seja, a empresa de entre as
200 deste ranking, que mais contratou em 2019 e também
a que mais aumentou as suas receitas.
Agora, como admite Jochen Kirschbaum, é tempo de
estabilizar e consolidar algumas coisas para manter a es-
trutura. É que o futuro está mesmo aí, e estes engenheiros
têm nas suas mãos a responsabilidade de desenvolver o
software incluído na próxima geração de veículos totalmente
elétricos, com a enorme complexidade que isso acarreta.
Em 2021 chega o i4, o primeiro grande lançamento para a
marca subir mais um degrau na escada da inovação. Made
in Portugal. ■