TEXTO FABIO MARTON | ILUSTRAÇÃO OTAVIO SILVEIRA
ALMANAQUE História Ilustrada
CHICHEN ITZA
SEDE DE UM IMPÉRIO MAIA TARDIO, RUÍNAS REVELAM DETALHES
(TÉTRICOS) DE SUA VIDA E RELIGIÃO
Q
uando os espanhóis chegaram à an-
tiga cidade-estado Maia, em 1531, ela
era uma sombra do que havia sido.
Ainda que suas estruturas, pela solidez, es-
tivessem preservadas, era um vilarejo rural.
A eles deve ter parecido uma pálida compa-
ração com a gigantesca capital asteca Teno-
chtitlán, que exigiu um cerco de meses para
ser conquistada, dez anos antes. Dali eles
montaram sua base para dominar os maias
restantes, que, mais descentralizados que os
astecas, ofereciam ferrenha resistência.
Eles não podiam imaginar que, séculos
antes, ali operava um dos maiores centros
da civilização mais avançada das Américas,
a única a dominar a escrita, com uma as-
tronomia que era, em alguns aspectos, su-
perior à europeia até mesmo da época das
grandes navegações.
A civilização maia durou mais tempo
que a egípcia. De 2000 a.C. até 1697, com a
tomada espanhola do último reduto, a ci-
dade de Nojpetén, os maias passaram por
vários períodos – a época do domínio de
Chichen Itza, entre os séculos 7 e 10, acon-
teceu após o auge da vida urbana e conquis-
tas, o chamado Período Clássico. A distân-
cia que separa a ocupação espanhola do
auge de Chichen Itza é, assim, maior que a
que o separa de nós.
ASTRONOMIA AVANÇADA
O observatório maia foi
chamado de El Caracol pelos
conquistadores pelo formato de
suas escadas internas. Os maias
eram extremamente avançados
nessa ciência – conseguiam
prever eclipses, calcular o ano
solar e os ciclos lunares com
mais precisão que os europeus
da época. Acreditavam que os
deuses se expressavam pelo
movimentos dos astros, mas
também tinham uma função mais
prática: determinar a época exata
24 | AVENTURAS NA HISTÓRIA do plantio pela estação do ano.
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