Revista Aventuras na Historia - Brasil - Edição 159 (setembro de 2016)

(lenilson) #1
OBJETIVO
Aos 20 anos, Pierre decidiu viajar
pelo mundo e conhecer os lugares
que só via nos livros. Seu primeiro
destino seria naturalmente a Ingla-
terra, onde encontrou gente impor-
tante e rica. Frequentou escolas,
praticou esportes, e conheceu a
história de um certo doutor W.P.
Brookes, que realizava competições
no campo, nos moldes de uma Olim-
píada. Brookes teria recebido do rei
da Grécia uma urna de prata para
dar ao vencedor de uma das moda-
lidades, o pentatlo. Essas competi-
ções fizeram germinar o pensamen-
to da união entre povos por meio do
esporte na mente do jovem barão.
Em 1884, cansado da indefinição
do filho, Charles o mandou para a
Universidade Sorbonne, cursar
direito. Lá, Pierre se interessou por
História grega e romana. Conheceu
pessoas inf luentes, que mais tarde
o ajudariam a realizar o sonho dos
Jogos Olímpicos. Em 1885, abando-
nou o direito e foi cursar ciências

políticas em outra universidade,
onde achava que poderia se engajar
mais sobre os serviços públicos e
fazer parte deles.
Começou a escrever artigos e fa-
zer palestras sobre a importância do
esporte na educação. Ao voltar de
mais uma viagem à Inglaterra, rece-
beu de um ministro francês uma
grande missão: encontrar formas de
melhorar a educação no país.
O interesse pelo esporte e a cren-
ça de que o desenvolvimento físico
tinha que acompanhar o intelectu-
al na escola faziam com que Pierre
desejasse cada vez mais implemen-
tar o esporte nas salas de aula de
seu país. Para discutir o tema e
uniformizar a prática do esporte na
França, criou em 1887 um comitê, o
Union des Sociétés Françaises des
Sports Athlétiques (U.S.F.S.A.) e
aproveitou as viagens que fez pelo
mundo, conhecendo escolas e a edu-
cação praticada, para entender o
papel do esporte em cada país.
Ao perceber as diferenças, come-

çou a conceber a ideia de que um
encontro entre nações que disputas-
sem diversas modalidades de espor-
te poderia ser um evento muito in-
teressante e apropriado, num mo-
mento em que o mundo começava a
viver uma onda conhecida como
internacionalismo. O esporte seria
uma forma de fazer com que diver-
sos atletas de diversos países se en-
contrassem, num ambiente de ami-
zade e companheirismo.
Em 1888, a descoberta arqueoló-
gica de Olímpia, que foi acompanha-
da por outras escavações na Grécia
e na Ásia menor, motivou as ideias
de Coubertin. Olímpia e os Jogos de
então eram para ele o símbolo dos
esportes e da união dos povos. O
barão registrou: “Olímpia simboliza
uma civilização inteira, superior
nas cidades, nos heróis militares e
nas religiões antigas”, segundo a
escritora Davida Krysti, autora de
Coubertin’s Olympics (sem tradução).
Ele se apoiaria nisso para defender
o movimento esportivo mundial.

Comitê
Olímpico
Internacional
de 1896
(o barão no
destaque)

AVENTURAS NA HISTÓRIA | 31

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