Revista Aventuras na Historia - Brasil - Edição 159 (setembro de 2016)

(lenilson) #1

NEVE BRASILEIRA


O Brasil, ainda que não divulgue
e pareça esquisito por ser um país
que não possui neve, também
participa dos Jogos Olímpicos de
Inverno. Está presente desde a
edição de 1992, de Albertville, nos
Estados Unidos. A delegação era
composta de seis homens e uma
mulher, todos do esqui alpino.

Apenas 14 anos mais tarde, em
2006, nas Olimpíadas de Turim,
Isabel Clark, no snowboard,
obteve nosso melhor resultado,
até hoje, nono lugar na
classificação geral. Sua marca
é histórica não só por isso mas
também porque é a melhor
latino-americana nos Jogos de

Inverno, superando nações como
Chile e Argentina, que têm neve
no inverno e seus atletas treinam
o tempo todo. Ao todo, em sete
edições o Brasil apresentou
34 atletas, participou em cinco
especialidades (esqui alpino, esqui
de fundo, luge, trenó e snowboard),
mas nunca subiu ao pódio.

mesmo ano em que aconteciam os
Jogos de Verão, e até pouco mais de
meio século atrás eram disputados
no mesmo país-sede (poderia ser
em cidades diferentes) para apro-
veitar a infraestrutura montada
para um ou outro Jogo. O último
que se organizou assim foi na
quarta edição dos invernais em
1936, na Alemanha, ano em que o
sol da Berlim de Hitler recebeu
os Jogos de Verão e a neve de
Garmisch-Partenkirchen do
führer sediou os Jogos de Inverno.
Depois do cancelamento das edi-
ções de Sapporo, Japão, em 1940, e
Cortina d’Ampezzo, Itália, em 1944,
dois países do Eixo – Alemanha era
o terceiro e principal – por causa
da Segunda Guerra Mundial, os
Jogos passaram a ser realizados
por nações diferentes, mas conti-
nuaram coincidindo no mesmo
ano. Só em 1986, após comprovar o
crescimento do negócio olímpico,
com o Barão de Coubertin morto
meio século antes, e com ele seu
espírito amador, o COI mudou o
calendário, passando para dois
anos mais tarde os Jogos de Inver-
no, intercalando um e outro. Desse
modo, os já programados e realiza-
dos Jogos de Albertville, França,

em 1992, foram sucedidos dois anos
mais tarde – única vez que isso
aconteceu – pelos Jogos de Lil-
lehammer, na Noruega, em 1994.
Daquele início de século aos nos-
sos dias as disputas não apenas
perderam o espírito que Balck com-
partilhou com Coubertin mas tam-
bém se transformaram em um ne-
gócio que a televisão, que não exis-
tia em sua época, soube aproveitar.
A palavra marketing fez da neve
outro produto rentável no hemis-
fério mais evoluído de nosso plane-
ta. Os Estados Unidos são quase
que seus proprietários, pois os se-
diaram em quatro oportunidades

das 24 que aconteceram, o que ja-
mais sucedeu com os Jogos de Ve-
rão, realizados em sete ocasiões a
mais. Embora diferentes, os Jogos
de Inverno são outro sucesso, e
existem graças a esse militar sueco
esquecido pela História.
Seus restos mortais estão enter-
rados no Cemitério do Norte em
Estocolmo por trás do famoso An-
dréemonumentet (Monumento a An-
dré). E sua figura foi imortalizada
numa caricatura a tinta feita pelo
artista Eigil Schwab em exposição
permanente no National Portrait
Gallery do Castelo de Gripsholm,
também de Estocolmo.

Time britânico de
curling nos Jogos
de Chamonix,
França, em 1924

AVENTURAS NA HISTÓRIA | 39

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