O Tempo (2020-12-02)

(Antfer) #1

A


pesar dos progressos e
das excelentes práticas
corporativas existentes,
poucas são as empresas
que colocam as questões relacio-
nadas à sustentabilidade socioam-
biental e ao impacto de suas ativi-
dades na qualidade de vida das co-
munidades como centro de sua
gestão e estratégia de negócios.
Ainda hoje, empresas com al-
to grau de impacto negativo para
o meio ambiente e sem qualquer
prática para monitorar e mino-
rar as externalidades negativas
de suas atividades atuam como
se fossem companhias altamente
sustentáveis. A prática de apro-
priação indevida de reputação


ambiental, sem qualquer medi-
da efetiva de sustentabilidade,
ganhou até nome: greenwashing.
O impacto de uma experiência
tão intensa e perturbadora para
todos como a Covid-19 pode ser-

vir de catalisador para mudanças
de paradigmas nas empresas,
dando maior legitimidade inter-
na e externa às atividades de res-

ponsabilidade socioambiental e
governança. Não estou falando
aqui apenas do notável aumento
das contribuições financeiras pa-
ra minorar os efeitos da pande-
mia, mas da consolidação de uma
transformação cultural e organiza-
cional profunda na visão dos exe-
cutivos e dos diversos stakehol-
ders com vistas ao que pode se
chamar de “lucro com propósito”.
Não se trata de uma visão ro-
mântica a respeito do capitalis-
mo e/ou das organizações, mas
da construção e da consolidação
de uma nova visão empresarial
dos negócios, baseada na impres-
cindibilidade de mensurar os im-
pactos sociais, ambientais e éti-

cos, como em qualquer atividade
humana, e colocar isso no centro
das decisões estratégicas e opera-
cionais das empresas.
O recente assassinato de um
cliente nas dependências de uma

rede mundial de supermercados,
por um de seus colaboradores,
mostra a importância de uma
boa gestão de risco, de mecanis-

mos robustos de compliance e
de uma cultura organizacional
voltada para a proteção da vida
e a tolerância.
Não restam dúvidas do enor-
me desafio. A boa notícia é que
os consumidores estão cada vez
mais atentos ao impacto das ati-
vidades das empresas na vida
das pessoas e do meio ambiente.
Mesmo para aqueles que colo-
cam o lucro como único propósi-
to da companhia, torna-se impe-
rioso pensar seus negócios de
uma forma mais global e com-
prometida com a sustentabilida-
de, sob o risco de custos enor-
mes na reputação e prejuízos
reais para seus acionistas.

x
entre
aspas

“Há sinais de fadiga com
a polarização política.”
Fernando Schüler
CIENTISTA POLÍTICO E PROFESSOR DO INSPER
Sobre os resultados das eleições municipais

“Brasil viveu utopia de que
internet seria democratizante.”
Francisco Brito Cruz
AUTOR DO LIVRO “NOVO JOGO, VELHAS REGRAS”
Quanto ao uso das redes sociais na política

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Minério


a


Daniel Marques
O Brasil vive uma das maiores
crises financeiras dos últimos anos e
continua cobrando um valor mínimo
de compensação financeira pela ex-
ploração mineral. Até quando gover-

nantes permitirão que seja sugada e
enviada ao exterior toda riqueza sem
nenhuma compensação?

Eleições


a


Uriel Villas Boas
A obrigatoriedade do voto tem

de ser entendida como um incentivo
à participação. O cidadão deve ava-
liar os candidatos de modo a eleger
quem tem compromissos com a co-
munidade. E temos de votar, mas
também acompanhar o trabalho dos
eleitos, cobrando ações que não se
limitem a interesses corporativos.

Mulheres


a


Maria Cristina de Oliveira Ribeiro
Independentemente de partidos
políticos, todas as mulheres eleitas co-
mo prefeitas ou vereadoras são verda-
deiras guerreiras. Parabéns às políti-
cas mineiras!

a
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Planejamento, desenvolvimento e capacitação para a retomada


Sebastião Alvino Colomarte
Diretor-presidente do Centro de Integração
Empresa-Escola de Minas Gerais (Ciee/MG)

Novos desafios para o setor de turismo


O


turismo é um dos mais im-
portantes setores gerado-
res de empregos da econo-
mia do país, também é
um dos mais afetados pela pande-
mia da Covid-19. Praticamente to-
das as atividades foram paralisadas
desde março deste ano, quando o
surto da doença efetivamente atin-
giu todo o país. Assim, áreas relacio-
nadas aos meios de transporte, hos-
pedagem, agenciamento de viagens
e serviços de alimentação e de lazer
sofreram grandes perdas.
Muitas empresas sucumbiram à
crise, a maioria de pequeno porte e
familiar, que, sem reserva financei-
ra que lhe permitisse atravessar este
período complicado, teve que encer-


rar definitivamente as atividades.
De acordo com dados da Organi-
zação Mundial do Turismo (OMT), o
impacto da Covid-19 foi tão grande
no setor que sua recuperação, que
em 2019 registrava 7 milhões de
brasileiros empregados, pode levar
em uma estimativa conservadora,
entre cinco e sete anos. Conforme
dados divulgados recentemente pe-
la Federação do Comércio de Bens,
Serviços e Turismo do Estado de São
Paulo (Fecomércio-SP), o setor do tu-
rismo brasileiro deixou de faturar,
entre março e setembro deste ano,
cerca de R$ 41,6 bilhões desde o iní-
cio da pandemia de Covid-19. Esse
montante representa retração de
44% no faturamento do setor ante o

mesmo período de 2019.
Especialistas do setor estimam
que, mesmo quando decretado o fi-
nal da pandemia, ainda um pouco
distante dos nossos radares, é espe-
rado que, em um primeiro momen-
to, grande parte da população fique
receosa de frequentar áreas com
aglomerações e, por isso, deve evitar
viagens utilizando transporte coleti-
vo ou mesmo hospedar-se em ho-
téis, pousadas, além de deixar de visi-
tar atrativos. Talvez só com a imuni-
zação da população por meio da vaci-
na, cujos estudos estão bem adianta-
dos e que se mostram promissores,
é que esse cenário possa mudar.
É certo que os efeitos da pande-
mia do novo coronavírus sobre o se-

tor de turismo serão devastadores, e
sua recuperação deve ser lenta e de
forma gradual. Nesse sentido, consi-
dero que este é o momento ideal pa-
ra rever a forma de como reorgani-
zar a equipe para lidar com o retor-
no maciço dos turistas.
Assim, é necessário começar a
planejar o desenvolvimento e a capa-
citação da equipe, deixando-a prepa-
rada para a retomada do setor de tu-
rismo. Nesse cenário os empresários
e responsáveis pela área de recursos
humanos podem incluir nesse plane-
jamento a utilização de, além de pro-
fissionais graduados, estudantes es-
tagiários. Estes certamente ajudarão
a impulsionar o recomeço das ativi-
dades em toda a sua plenitude, já

que sempre levam sangue novo e
motivação para qualquer empresa.
Como educador e diretor-pre-
sidente do Centro de Integração
Empresa-Escola de Minas Gerais
(Ciee/MG), que atua há mais de
40 anos em todo o Estado ofere-
cendo oportunidades de estágios
e de aprendizagem aos jovens, ra-
tifico a importância de incluir os
estudantes na estratégia de reto-
mada das empresas do setor de
turismo. São jovens ávidos por
uma oportunidade no mercado e
que, certamente, vão colaborar
para alavancar o setor, que mais
do que nunca precisará de um no-
vo impulso para voltar às suas ati-
vidades normais.

L.EITOR


Não se trata de uma
visão romântica,
mas da construção
de um novo olhar
empresarial

É necessário pensar o negócio de forma mais global


Os consumidores
estão cada vez mais
atentos ao impacto
das empresas na
vida das pessoas

Thiago Camargo
Sócio do escritório Marcelo Guimarães
Advogados e da Sinapse Consultoria e Projeto

Lucro com propósito


OPINIÃO O TEMPOBELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 2 DE DEZEMBRO DE 2020 | 17


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