O Tempo (2020-12-02)

(Antfer) #1

Balanço


Congresso. Partidos esperam um pedido de análise presencial em sessão virtual hoje


¬BRASÍLIA. Certos de que Ro-
drigo Maia (DEM-RJ) tenta-
rá ser reconduzido à presi-
dência da Câmara dos De-
putados, integrantes do
centrão alimentam a expec-
tativa de que o Supremo
Tribunal Federal (STF)
adie para 2021 a análise da
ação que pode abrir a bre-
cha para a tentativa de no-
va reeleição do deputado.
O ministro Gilmar Men-
des (STF) enviou para a
pauta do plenário virtual
de hoje a ação que trata do
assunto. No plenário vir-
tual, dentro de um prazo
aberto pelo tribunal, cada
ministro pode a qualquer
momento publicar o seu vo-
to, sem que isso seja feito
diante dos colegas no plená-
rio físico.
Hoje a reeleição para os
comandos da Câmara e do

Senado é vetada dentro de
uma mesma Legislatura. Ou
seja, segundo as regras
atuais, tanto Maia como Da-
vi Alcolumbre (DEM-AP),
presidente do Senado, não
podem ser reconduzidos aos
cargos por mais dois anos.
Caciques do centrão espe-
ram que algum integrante
do STF peça para levar o ca-
so ao plenário físico, o que
poderia inviabilizar ao julga-

mento antes da eleição para
o comando da Câmara e do
Senado, em 1º de fevereiro.
Caso haja o pedido de al-
gum ministro, caberá ao pre-
sidente da Corte, Luiz Fux,
pautar a matéria, o que dificil-
mente aconteceria neste ano.
Fux até poderia tentar en-
caixar a ação em um plená-
rio presencial, mas há uma
avaliação de que ele evitaria
isso para não se envolver em

uma questão política.
Apesar disso, a possibili-
dade de algum ministro soli-
citar votação presencial, não
virtual, é tida como incerta.
No Supremo e na Câmara, a
avaliação é a de que há maio-
ria na Corte para liberar ca-
minho à reeleição de Maia e
Alcolumbre.
A tendência é o Supremo
decidir que essa é uma ques-
tão interna corporis, ou seja,

que cabe ao próprio Con-
gresso. Fux não deseja ante-
cipar a decisão sobre o caso
concreto, avaliam aliados.
Por isso, Gilmar decidiu
mandar direto ao plenário
virtual com o objetivo de
acelerar o processo.
Partidos do centrão ava-
liam que a candidatura de
Alcolumbre é mais viável e
que o congressista teria vo-
tos para se reeleger, caso o
STF jogue a decisão para o
Senado. A situação de
Maia, porém, é mais compli-
cada. Essa definição depen-
derá de como o Supremo
julgará o caso. Aliados que
aconselham Alcolumbre pa-
ra assuntos jurídicos chu-
tam até placares: 8 a 4 ou 7
a 3 a favor da tese de libe-
rar a reeleição.
Os dois votos contrários
certos são de Marco Auré-
lio Mello e Edson Fachin.
Marco Aurélio já disse que
não tem a intenção de apre-
sentar destaque e levar o as-
sunto ao julgamento do ple-
nário físico.

NAJARA ARAUJO/CÂMARA DOS DEPUTADOS - 9.9.

Substituição Rota Peter Lund


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Se houver suspensão,
é possível que caso
só seja avaliado
após a disputa

ISAC NÓBREGA/PR - 21.11.

Bastidores. Davi Alcolumbre articula uma manobra jurídica para continuar na presidência do Senado

STF julga reeleição de Maia, e


centrão torce por adiamento


Estudo feito pela Consultoria de Orçamento da Câ-
mara dos Deputados divulgado ontem mostra que o
governo federal formalizou, neste ano, o empenho de
97,6% dos recursos autorizados para ações emergen-
ciais em função da Covid-19. O montante chega a R$
561,1 bilhões. Já o percentual do que foi efetivamente
pago é de 85% (R$ 488,5 bilhões). O levantamento
mostra que a medida na qual a União mais despendeu
recursos foi o auxílio emergencial. Foram autorizados
pelo Executivo R$ 321,8 bilhões, sendo que R$ 275,
bilhões (85,6%) já foram efetivamente pagos.

Planalto empenhou 97,6% dos


recursos previstos para


combater a pandemia de Covid


LUIS LIMA JR /FOTOARENA/FOLHAPRESS

Dois mineiros que assumiram, no iní-
cio da ano, a liderança partidária na Câ-
mara dos Deputados devem deixar os car-
gos. Com o início de mais um ano Legisla-
tivo, Zé Silva (foto), que responde pelo
Solidariedade, e Diego Andrade, que re-
presenta o PSD, vão ser substituídos por
outros membros da legenda no Congres-
so. O comunicado oficial deve ser feito
nos próximos dias, mas internamente o
martelo já foi batido. Com essas mudan-
ças, o Estado volta a ter apenas dois líde-
res partidários na Câmara: Fred Costa, do
Patriota, e Luis Tibé, do Avante. Os dois
estão nos postos desde fevereiro de 2019.

Dois mineiros vão


deixar a liderança dos


partidos na Câmara
O governo de Minas Gerais come-
çou a colocar em prática o plano de
conceder projetos e estruturas do Es-
tado para a iniciativa privada. Foi
lançado ontem o edital de licitação
para a concessão da Rota de Grutas
Peter Lund. O valor estimado do con-
trato, que vai durar 28 anos, é de R$
294,6 milhões. O circuito inclui três
parques gerenciados pelo Instituto
Estadual de Florestas (IEF): o Sumi-
douro, em Lagoa Santa; e o Peter
Lund, em Cordisburgo; e a Gruta Rei
do Mato, em Sete Lagoas. Eles rece-
bem, anualmente, cerca de 110 mil
visitantes.
O edital prevê a concessão de ser-
viços, como hospedagem, bilheteria
e alimentação. Os cálculos da admi-
nistração estadual são de que a con-
cessão da rota vai resultar em uma
economia, por ano, de cerca de R$ 4
milhões e gerar cerca de 2.000 em-

pregos diretos e indiretos na região.
As empresas interessadas devem en-
viar as propostas até janeiro de


  1. O intuito do Executivo é de
    que outras 17 unidades de conserva-
    ção passem para responsabilidade
    da iniciativa privada.
    O secretário de Infraestrutura,
    Fernando Marcato, garante que esse
    modelo de edital vai trazer benefí-
    cios para a gestão estadual, uma vez
    que a empresa vencedora será aque-
    la que apresentar a maior oferta pela
    outorga fixa, ou seja, a que pagar
    mais para o Estado. Ele ainda cita ou-
    tras vantagens, como o fato de que o
    governo de Minas não vai mais gas-
    tar com a manutenção de parques.
    Ele ressalta, no entanto, que isso não
    vai tirar o controle do Executivo por-
    que é o Estado quem vai regular e de-
    finir quais são as intervenções priori-
    tárias e como isso deve ser feito.


Governo de Minas lança edital


para conceder três parques


TCU


Após alerta,


governo vai


propor nova


meta fiscal


¬BRASÍLIA. Após o alerta do
Tribunal de Contas da União
(TCU) sobre a ilegalidade de
uma meta flexível para as con-
tas públicas, a equipe econô-
mica vai definir uma meta fi-
xa de resultado primário para
2021, como exige a Lei de Res-
ponsabilidade Fiscal (LRF).
A pressão parte do TCU,
que já avisou que o presiden-
te Jair Bolsonaro poderá co-
meter crime de responsabili-
dade se não definir uma me-
ta para o rombo nas contas
públicas no ano que vem, an-
tes do pagamento dos juros
da dívida.
A meta de primário é o re-
sultado das contas a ser per-
seguido pela equipe econô-
mica e reflete a diferença en-
tre receitas e despesas. Des-
de 2014, o Brasil tem déficit
nas suas contas porque gasta
mais do que arrecada.
Fontes da equipe econô-
mica afirmam que há o dese-
jo de rever a meta que está
hoje na Lei de Diretrizes Or-
çamentárias (LDO) para ade-
quar ao alerta do TCU. A ava-
liação é que a regra fiscal adi-
cional vai contribuir inclusi-
ve para blindar o governo.

6 | O TEMPOBelo Horizonte|QUARTA-FEIRA, 2 DE DEZEMBRO DE 2020 POLÍTICA


ESPL N


[email protected] POR FRANSCINY ALVES


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