O Tempo (2020-12-02)

(Antfer) #1
ALEX DE JESUS - 26.6.

Atrás de Acre e Pernambuco


MG é o 3º Estado que menos testa


¬RAFAEL ROCHA
¬Depois de oito meses fe-
chado e um período em
que virou até hospital de
campanha contra Covid, fi-
nalmente o Expominas, o
imponente centro de expo-
sições situado na região
Oeste da capital, voltou a
receber um grande evento.
A 31ª edição da Feira Nacio-
nal de Artesanato, primeira
grande exposição em Belo
Horizonte desde março, foi
aberta ontem e segue até
domingo com seus estan-
des de cestaria, tapeçaria,
cerâmica, entalhes em ma-
deira e acessórios vindos
de vários Estados do país.
Um público de 65 mil pes-
soas é aguardado pela orga-
nização ao longo dos dias.
O número impressiona,
mas os organizadores ga-
rantem que estão cumprin-
do todos os protocolos sani-
tários estipulados pelo Co-
mitê de Enfrentamento da
Covid-19 da prefeitura. A
autorização é para que a fei-
ra de artesanato receba até
6.120 pessoas ao mesmo
tempo, espalhadas pelos
43 mil metros quadrados
utilizados nesta edição. “É
possível fazer um evento
desse porte seguindo todos
os protocolos”, defende Tâ-
nia Machado, organizado-
ra do evento.
Os artesãos estão felizes
por serem os primeiros a
abrir a porta dos grandes
eventos na cidade, mas,
além do uso obrigatório da
máscara e do álcool em gel,
as contas não os deixam es-

quecer que estamos em ple-
na pandemia. A feira dimi-
nuiu drasticamente de tama-
nho – os 900 estandes da edi-
ção de 2019 minguaram pa-
ra os 457 atuais. O público
da edição passada foi o do-
bro – 130 mil visitantes. “Al-
guns artesãos de outros Esta-
dos também desistiram de
vir por causa da pandemia”,
explica Tânia. Uma pesqui-
sa realizada anteriormente
pela feira identificou que
32% dos visitantes não
iriam à feira neste ano por
serem idosos ou preferirem
aguardar a chegada da vaci-
na contra o vírus. “Algumas
pessoas estão receosas”, ad-
mite a realizadora.
O setor de eventos aposta
no sucesso da feira para dar
sequência ao calendário de
feiras e exposições da cida-
de, que há oito meses não re-
cebe atração do tipo. “Nossa
responsabilidade é muito
grande, porque a prefeitura
nos deu o voto de confiança
de que seríamos capazes de
fazer um evento desse porte
seguindo todos os protoco-
los. Não podemos errar”, ava-
lia a organizadora.
Outro dificultador para a
realização do evento neste
ano foi a diminuição dos pa-
trocínios vindos do governo
estadual. Tânia informa que
a Codemge cancelou o recur-
so de R$ 800 mil; além disso,
houve o corte de cerca de R$
300 mil da Cemig. A Codem-
ge informou que o governo
está revendo os patrocínios
da empresa devido aos im-
pactos da pandemia. O alu-
guel do Expominas continua
o mesmo valor – R$ 1,1 mi-
lhão, segundo Tânia.
Mesmo diante desse cená-
rio adverso, o primeiro dia
da feira foi celebrado pelos

artesãos. “Eles estão venden-
do, os lojistas vieram, acredi-
to que está dentro das expec-
tativas. Estávamos ansio-
sos”, comemora a organiza-
dora da feira.
A organização pede que
idosos prefiram visitar a fei-
ra na parte da manhã. Impor-
tante lembrar que é obrigató-
rio o uso de máscara. Seten-
ta totens de álcool em gel es-
tão distribuídos pelas instala-
ções do evento, que ampliou
a largura dos espaços de flu-
xo de pessoas para garantir o
distanciamento social. “Fi-
cou até mais bonito. É um
aprendizado”, finaliza.

Em Minas, nem 10% da população fez o teste

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Os mineiros continuam
sendo a terceira popula-
ção proporcionalmente menos
testada. Em Minas, 9,3% das
pessoas fizeram testes até outu-
bro, enquanto a média nacio-
nal é de 12,1%. As informa-
ções são da PNAD Covid, do
IBGE. Desde que o dado co-
meçou a ser divulgado, em
agosto, o Estado mineiro se
posiciona na lanterna da tes-
tagem. Fica atrás do Acre e de

Pernambuco, onde 7,9% dos
habitantes foram testados.
A Secretaria de Estado de
Saúde informou que, seguindo
as diretrizes do Ministério da
Saúde, no início da pandemia
eram testados os casos prioritá-
rios da Covid e, com o decorrer
do tempo, os critérios de testa-
gem foram ampliados. Assim,
desde 6 de outubro, todos os ca-
sos suspeitos de síndrome gri-
pal causada pela Covid passa-

ram a ser testados pelo RT-PCR.
A epidemiologista Aline
Dayrell, do Observatório de
Saúde Urbana de BH, pontua
que, com menos testes, pode
haver subnotificação de casos,
mas isso não quer dizer que a
pandemia esteja pior do que é
divulgado. De acordo com ela,
os testes seriam importantes
para delimitar com mais preci-
são os contaminados. (Ga-
briel Rodrigues)

BH: quase 20% testados


Cenário distinto. Segundo dados da
prefeitura, 17,6% da população havia sido
testada até o fim de outubro, e o número
aumentou para 19,7% até o último dia de
novembro. Os cálculos levam em conta as
notificações do governo municipal,
diferentemente da pesquisa do IBGE sobre
Minas, baseada nas respostas dos próprios
cidadãos. O infectologista Carlos Starling, do
Comitê de Enfrentamento da Pandemia de
Covid-19 de BH, pontua que a baixa testagem
não é sinônimo de subnotificação. “A
testagem não é simplesmente sair testando
todo mundo para ver quem teve ou não a
doença, isso é inquérito sorológico”, destaca.

Minas chega a 10.051 mortes


em um ano de Covid no mundo


¬ Ontem, dia em que se comple-
tou um ano desde o primeiro ca-
so confirmado de Covid-19 no
mundo, Minas bateu a marca de
10.051 óbitos pela doença. Fo-
ram dez novos registros em 24
horas, segundo o último boletim
epidemiológico divulgado pela
Secretaria de Estado de Saúde.
O Estado já soma 419.655 casos
confirmados de coronavírus,
3.320 a mais em 24 horas.
No Brasil, as mortes causa-

das pela pandemia chegaram
a 173.817. Entre segunda e ter-
ça, foram registrados 697 no-
vos óbitos. O número de casos
acumulados atingiu
6.386.787. Em 24 horas, fo-
ram registrados 50.909 diag-
nósticos positivos, segundo o
Ministério da Saúde.
No mundo, 1.470.456 pes-
soas morreram, e 63.347.
já se infectaram. (Raquel Pena-
forte com agência)

Feira de Artesanato será ‘prova


de fogo’ para eventos em BH


Segurança. Feira só pode receber 6.120 pessoas ao mesmo tempo; são 457 estandes, ante 900 de 2019

FRED MAGNO

2021


Expectativa é que
evento receba 65 mil
pessoas; em 2019,
público foi de 130 mil

Saiba mais


Agenda cheia


e sob ameaça


da Covid-


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Uma agenda bastante
movimentada aguar-
da o Expominas a partir des-
sa retomada se os números
da pandemia em Belo Hori-
zonte permitirem. A admi-
nistração do centro de expo-
sições informa que o calen-
dário de eventos agenda-
dos no local está bem preen-
chido; a dificuldade agora
é compactar a agenda de
dois anos em um.
“A efetivação da agen-
da, no entanto, depende da
avaliação das autoridades
de saúde. “As equipes da
saúde precisam verificar se
a montagem está de acordo
com os protocolos, o fluxo
de pessoas, se a temperatu-
ra está sendo aferida e a hi-
gienização, realizada”, elen-
ca Márcia Ribeiro, diretora
de negócios e marketing do
Expominas BH. (RR)

Teste. Após oito meses fechado, Expominas recebe primeira grande exposição na capital desde março


0 Quando. A 31ª edição da
Feira Nacional de Artesanato
acontece até domingo, das
10h às 21h.

0 Entrada. Os ingressos
variam de R$ 10 a R$ 15.

0 Online. O visitante que não
quiser comparecer ao local
presencialmente pode
encontrar os objetos de
artesanato à venda no site da
feira, a partir de sábado. Site:
http://www.feiranacionaldeartesana
to.com.br.

CORONAVÍRUS O TEMPOBELO HORIZONTE| QUARTA-FEIRA, 2 DE DEZEMBRO DE 2020 | 9


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