Viaje Mais - Edição 200 (2018-01)

(Antfer) #1

CAMBOJA Ásia


monstrou toda a sua megalomania
e seu ego inflado. Em cada uma
das 54 torres do templo, estão es-
culpidos em todos os quatro lados
o rosto monumental do rei. Para
você não ter de fazer contas, lá vai:
216 rostos, literalmente por todos
os lados, vigiam os visitantes, sem-
pre com o semblante de um sarcás-
tico supervisor.

A MÃO DA NATUREZA E DO HOMEM
Parte do fascínio dos templos de
Angkor vem de eles brotarem do
PHLRGDÁRUHVWDHRPDLRUH[HPSOR
dessa junção da mão humana com a
mão da natureza está no Ta Prohm,
um antigo mosteiro. Como manda o
correr do tempo, as ruínas de pedra
foram sendo engolidas pela selva e
hoje estão abraçadas por troncos de
ÀJXHLUDV*URVVDVUDt]HVGHVSHQFDP
ao longo de muros, e árvores que
chegam a 25 metros crescem sobre
o mosteiro, mostrando que com o
passar dos anos a natureza tomou de
volta o verde que o homem destruiu.
No Ta Prohm, retirar uma raiz
poderia desmoronar o templo, as-
sim como retirar uma pedra poderia
destruir árvores seculares. Por isso,
IRLGHL[DGRGHVVDIRUPDGDQGRDRV
visitantes uma noção do estado dos
outros templos quando foram en-
contrados pelos europeus no século


  1. A atmosfera surreal fez com que
    o Ta Prohm fosse escolhido para ser
    FHQiULRGRÀOPHTomb Raider, lan-


No templo Bayon (ao lado
e acima), 216 rostos do rei
Jayavarman VII olham os turistas

A expedição
fotográfica
mistura turismo
com curso de
fotografia

VILA FLUTUANTE: O CAMBOJA ATUAL


A


s crianças que vivem no Lago Tonlé
chegam à escola de barco. Elas mo-
ram em casas flutuantes e frequentam uma
escola flutuante. Os mais velhos jogam
basquete em uma quadra e vão a uma
igreja, tudo sobre as águas. É assim a vida
na vila flutuante, que pode ser conhecida
pelos turistas que queiram dar um tempo
na visita aos templos.
As casas boiam na água escura
do lago, que, ao se conectarem ao Rio
Mekong, seguem até o Laos, Vietnã, Tai-
lândia e China. É o endereço de 170 vilas,
de gente que construiu moradias flutuan-
tes como forma de driblar a época das

chuvas, quando o nível da água chega a
subir 7 metros.
Garotos da comunidade levam os turistas
para um passeio de barco de quatro horas
pelo lago, apresentando a rotina dos vizinhos.
Como qualquer criança do mundo, as da vila
flutuante adoram mostrar as habilidades na
leitura ou nas piruetas no intervalo das aulas.
Na fazenda flutuante de criação de crocodilos,
mulheres vendem artesanato e oferecem a
carne do animal para os viajantes mais cora-
josos. Além do passeio de barco, o tour inclui
a ida e a volta em tuc-tuc entre o lago e o
hotel em Siem Reap, um trajeto de apenas
5 km até esse outro modo de vida.

FOTOS


: NATÁLIA


MANCZIK


SHUTTERSTOCK
Free download pdf