Viaje Mais - Edição 200 (2018-01)

(Antfer) #1

de Belém, mas como ninguém é de
ferro para esperar tanto, mate logo
a vontade na Fábrica da Nata, ali
na Rua Augusta mesmo, que serve
o doce recém-saído do forno. As
pastelarias e os doces conventuais
foram a maneira que os portugueses
descobriram para tornar a vida um
pouco mais interessante.
Já no Largo de Santo Domingo
está um dos lugares mais curiosos da
Cidade Baixa, o Ginjinha, um mi-
núsculo boteco, com uma portinha
e um balcão de um metro e meio
de comprimento. O lugar não tem
mesa, nem cadeiras e vende apenas
uma única bebida. Mesmo assim,
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nal, todo mundo que vai a Lisboa


quer experimentar a tal bebida que é
considerada a mais típica da cidade
e tem o mesmo nome do boteco,
ginjinha. É o licor de uma fruta cha-
mada ginja. Custa € 1,40 a dose, que
vem precedida por uma pergunta
feita pelo homem do balcão: “com
ou sem?”. “Com ou sem o quê?”,
quase todo mundo responde sem
saber do se trata. “Ginja, oras”. E
o tal sujeito nem espera a resposta
para entornar no copo um líquido
vermelho com umas bolinhas den-
tro, as tais ginjas, que são uma espé-
cie de cereja banhada por um licor
muito doce. É gostoso. Peça outro
e vai ouvir novamente a pergunta:
“com ou sem?”. A Cidade Baixa é
para quem dá valor às tradições.

ONDE COMER

João do Grão – Muito conhecido,
tem ambiente simples, sem frescu-
ras, com porções fartas e preço em
conta. O carro-chefe é o bacalhau
(em postas) com grão-de-bico
(€13,90).

Aura – Ambiente sofisticado, car-
dápio gourmet, com mesas sobre
os arcos da bela Praça do Comércio.

Museu da Cerveja – Serve bolinho
de bacalhau com recheio cremoso
do célebre queijinho da Serra da
Estrela (€ 4,90). Só em Portugal
mesmo para comer algo assim.
Não perca por nada! Fica na Praça
do Comércio.

À esq., restaurante em
rua da Baixa e o Café
Martinho da Arcada,
na Praça do Comércio;
à dir., a Ginjinha, onde
se prova a ginja, licor
típico português
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