Viaje Mais - Edição 200 (2018-01)

(Antfer) #1

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O reduto das casas de fado e da boa gastronomia


A


o lado da Baixa está o Chia-
do, uma região de comércio
chique e bons restaurantes. A for-
ma mais divertida para chegar lá é
pelo elevador da Santa Justa, que
também cumpre uma função de
mirante, ou então pelo elevador
da Glória, um funicular que ven-
ce a ladeira íngreme até pertinho
dos arcos do Convento do Car-
mo. Outra alternativa é subir ca-
minhando pela Rua Garret, que o
levará direto ao café A Brasileira,
aberto desde 1905 e célebre pela
estátua do poeta Fernando Pessoa.
Tirar uma foto ao lado da estátua
é outro ritual dessa cidade cheia
de adoráveis clichês.
O Chiado é “o” lugar para se
comer bem em Lisboa. Tudo bem
que qualquer tasquinha portugue-
sa serve boa comida a preços módi-
cos. Mas nenhum outro bairro da
cidade concentra tantos bons res-
taurantes quanto o Chiado. Tanto
que as duas principais novidades
gastronômicas da capital portugue-
sa estão lá: o Palácio Chiado e o

Bairro do Avillez (veja box).
Colado ao Chiado está o Bairro
Alto, que talvez seja o mais querido
entre os lisboetas, que o chamam
apenas de “o Bairro”. É onde co-
meça a vida boêmia da cidade, em-
bora boa parte dela tenha migrado
para a região do Cais do Sodré.
Mas o Bairro Alto ainda não per-
deu o charme de suas vielas ilu-
minadas com antigas luminárias
onde os jornalistas de um velho
diário local juntavam-se, depois do
expediente, nos bares da Rua do
Diário de Notícias, o que deu ori-
gem à tradição boêmia da região.
Percorrer as ruas do Bairro Alto à
noite é deparar-se com bares de
rock, jazz e, claro, de fado, a mú-
sica que está para Portugal assim
como o samba está para o Brasil.
O Bairro Alto é o principal re-
duto do fado. Lá estão casas bem
tradicionais, como a Luso (que
acabou de completar 90 anos) e a
Adega do Machado, que são as du-
as maiores e, justamente por isso,
têm os melhores músicos e canto-

Os azulejos no salão
da Cervejaria Trindade
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