Quatro Rodas -Edição 739 (2020-11)

(Antfer) #1
embalar. A preocupação com os dois
implementos, que somam quase 40
metros para trás, dura poucos metros,
até entender a dinâmica deles. No
nosso caso, há 40 toneladas de lastro
(o PBT máximo é de 74 toneladas) e o
motor não se deixa abalar. Na verda-
de, a tranquilidade com a qual ele lida
com isso é contagiante. Não há ruídos
ou vibração invadindo a cabine como
em um ônibus. Pudera: além da sus-
pensão – metálica neste caso, mas
que também pode ser pneumática
autorregulável –, a cabine também
tem seu próprio amortecimento.
Tudo é devidamente filtrado e
anestesiado no Volkswagen Meteor.
A direção hidráulica de esferas re-
circulantes é leve e desmultiplicada,
o freio a ar é tão preciso quanto o hi-
dráulico de um automóvel e tem ABS,
e o câmbio não é exatamente rápido.
Seu talento está em saber o que fazer
e quando, inclusive quantas marchas
poderá pular. Mais que isso: o Meteor
tem piloto automático preditivo, ca-
paz de antecipar as reações necessá-
rias em subida à frente baseado nas
informações do GPS, evitando que

perca o embalo com uma troca de
marcha na hora errada. Isso até existe
em carros de luxo vendidos no Brasil,
mas só funciona na Europa.
O câmbio automatizado ganhou
espaço entre os pesados para aliviar
o trabalho do profissional que pas-
sa horas ao volante e para garantir
o uso mais eficiente das marchas
e, consequentemente, do motor. O
Meteor vem equipado com sistema
de telemetria da plataforma Rio, que
informa ao frotista localização, modo
de condução, consumo, aponta quais
peças precisam ser substituídas e
também funciona como bloqueador,
tudo por meio da internet de um SIM
card embarcado.
A cabine deixa claro que quem
vem em primeiro lugar é o motorista.
Na boleia há uma cama com colchão
grande e confortável, com direito a
rádio-relógio, luminária, tomadas de
12 e 24 V (a elétrica de caminhões é de
24 V), comandos dos vidros elétricos
das portas e duas portas USB ao lado.
É melhor que muito hotel, não neces-
sariamente de beira de estrada. Ainda
há uma segunda cama retrátil acima


  • que geralmente é usada como ar-
    mário – e cortinas para bloquear a luz
    e garantir privacidade à noite.
    A cabine é alta o suficiente para
    ficar de pé e há porta-objetos no teto,
    além de compartimentos na cabine
    acessados pelos dois lados dela.
    Como o ar-condicionado depen-
    de do motor ligado, uma solução
    para manter a cabine fresca durante
    a noite é um climatizador, que usa
    água para diminuir a temperatura do
    ar que entra na cabine e só depende
    das baterias para funcionar. Mas a
    geladeira, escondida sob a cama e que
    aparece ao pressionar um botão no
    painel, é útil o dia inteiro.
    O preço é de bons apartamentos:
    começa em R$ 550.000 no 28.460,
    passa a R$ 590.000 no 29.520 e pode
    beirar R$ 1 milhão somando os im-
    plementos. Tamanho conforto e refi-
    namento em uma máquina feita para
    dar o maior lucro possível ao dono
    da frota pode causar estranheza em
    alguns. Para o motorista que passa
    semanas longe de casa, porém, o VW
    Meteor é o home office que move a
    economia pelas estradas do Brasil.


A coluna preta é o
coletor de admissão,
que elimina sujeiras
antes do filtro de ar

82 quatro rodas novembro


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