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PORMARI CAMPOS
A
pós os sacolejos que, por conta dos ventos que sopram forte em torno
da Cordilheira dos Andes, normalmente acometem as aeronaves, o
avião pousou devagarzinho, sem solavancos, ficando quase ca ra a cara
com as vigorosas montanhas nevadas. Imediatamente, o clima bucólico de
Mendoza, a 710 km de Buenos Aires, começava a se revelar. Mas esse primeiro
contato com a cidade, que começou ainda no ar, me mostrava mais do que uma
vibetranquila e serena: exibia um visual tão bonito e, à primeira vista,
contraditório que hipnotizava o olhar antes mesmo que eu desembarcasse. Aos
pés dos extensos trechos nevados da cordilheira, um tapete quadriculado tomado
por verdes parreirais se esparramava para além de onde a vista al cançava. Mesmo
tendo recebido da natureza um solo árido e ingrato, Mendoza escancara
plantações de uvas por todo canto, as quais são nutridas justamente pela água
de degelo dos Andes e formam a quinta maior área de vinhedos do planeta.
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