Placar - Edição 1469 (2020-11)

(Antfer) #1

42 NOV | 2020


prorrogação ENTRETENIMENTO


reconstrução das relações desfei-
tas entre pais e filhos na Europa
do pós-guerra, mas, sim, da arris-
cada recriação de uma partida
histórica. A dinâmica dos jogado-
res em campo é notável pela ve-
rossimilhança. Se vale assisti-lo?
Vale, sobretudo se você se der o
trabalho de confrontar os enqua-
dramentos e gols — é uma pena
que não tenham recriado todos —
com os registros originais da Fifa.
Tudo isso posto, na reflexão do
que o cinema tem a ver com o fute-
bol e o que o futebol tem a ver com

a arte, indicamos quatro filmes pa-
ra você pensar no que há para ser
visto na televisão, desses jogos da
Champions e da Libertadores sem
torcida às dezenas de produções
sobre o esporte nos Netflix da vida.
À sua maneira, eles revelam uma
dimensão do futebol que vem sen-
do abandonada pelo próprio fute-
bol e que talvez só mesmo alguns
documentários como estes consi-
gam registrá-la, senão restaurá-la,
para o bem das futuras gerações.
Tostão, a Fera de Ouro (1970),
dos bissextos Paulo Laender e Ri-

cardo Gomes Leite, é uma maravi-
lha discreta como o seu persona-
gem central. Lançado pouco antes
da Copa que o consagraria com a
geração da conquista definitiva da
Jules Rimet, mistura momentos de
sua vida privada, com um registro
peculiar do drama da retina desco-
lada, a cenas das eliminatórias pa-
ra o México, à moda do Canal 100.
Tostão estava voando em campo,
artilheiro com dez dos 23 gols da
campanha, à frente de Pelé e Jair-
zinho. A trilha sonora, com can-
ções e um tema instrumental de

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