Clipping Banco Central (2020-12-06)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Opinião
domingo, 6 de dezembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

decoração deste final de feira foi mais convencional,
mas nem por isso mais comedida - nada é excessivo,
nenhuma exuberância é over para este casal
presidencial.


O primeiro reinado de Trump termina em poucas
semanas, e já passa da hora de o mundo não descartar
como tolas bravatas a verborragia de superlativos do
presidente. Eugene R. Fidell, pesquisador sênior da
Escola de Direito da Universidade Yale, recomenda
levar a sério alguns delírios verbais do comandante-em-
chefe, sobretudo quando são repetidos à exaustão. Não
raro Trump proclama de antemão exatamente o que
pensa em fazer. E faz, pegando no contrapé o senso
comum universal.


Em poucas semanas de entrincheiramento na Casa
Branca após a derrota de 3 de novembro, ele conseguiu
o impensável : emplacou uma narrativa ficcional de uma
nota só - a eleição foi roubada - e mantém galvanizados
os 74 milhões de americanos que o inundaram de votos.
Dessa fantasia não arredará pé, até porque ela lhe
permite deletar a realidade. E provável que historiadores
do futuro tenham dificuldade em compreender como
essa narrativa surrealista tenha durado mais do que
cinco segundos na longeva democracia americana.


Mas é por meio dessa ficção que Trump já conseguiu
arrecadar mais de US$ 200 milhões desde a derrocada
nas urnas oficialmente as doações se destinam a
financiar a blitz judicial de um circo de advogados
farsescos, que simulam reverter a alegada fraude. Em
breve, porém, o mote "estamos tentando ficar mais
quatro anos" precisará ser aposentado. As doações,
então, se voltarão a uma hipotética "reeleição triunfal"
em 2024.


Embora tudo isso seja ficcional, as doações, essas sim,
são em dinheiro de verdade. Assim como são concretos
os 75% do total já reservados para uso pessoal de
Trump. Natal gordo, apesar da derrota. O ocupante da
Casa Branca nem sequer ainda precisa simular que
trabalha. lá conseguiu transtornar o país como seu
vigarista-em-chefe.


O ocupante da Casa Branca nem sequer precisa
simular que trabalha. Conseguiu transtornar o país
como seu vigarista-em-chefe

Assuntos e Palavras-Chave: Cenário Político-
Econômico - Colunistas
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