Clipping Banco Central (2020-12-06)

(Antfer) #1

MÍRIAM LEITÃO - Este governo é um risco de vida


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
domingo, 6 de dezembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: MÍRIAM LEITÃO


Existem governos bons, existem governos ruins e existe
o governo Bolsonaro. Ele é um risco de vida. A
declaração do ministro Eduardo Pazuello de que as
aglomerações da campanha eleitoral não causaram
aumento da pandemia no Brasil é um atentado à saúde
dos brasileiros. Mostra que o general da ativa nada
entendeu dos assustadores números que estão diante
de nós. Os casos aumentaram muito, os hospitais estão
chegando ao limite, os médicos e enfermeiros estão
esgotados e tendo que buscar forças para a nova e
perigosa batalha pela vida humana.


O governo Bolsonaro atravessou todas as fronteiras do
que pode ser considerado um mau governo. Ele é pior.
Está além dessa classificação. O ministro da Saúde nos
mandou morrer, pelo visto. Olha a frase: "Se esse vírus
se propaga por aglomeração, por contato pessoal, por
aerossóis, e tivemos a maior campanha que podia ter
nesse país, que é a municipal, nos últimos dois meses,
se isso não trouxe nenhum tipo de incremento ou
aumento da contaminação, não podemos falar mais em
lockdown nem nada".


O que é essa declaração? O ministro da Saúde de um
país que já perdeu mais de 175 mil pessoas para o
coronavírus continua não entendendo a sua
responsabilidade? Nessa frase ele ignora que essa foi
uma campanha muito mais contida. Quem promoveu
aglomerações foi principalmente o presidente. Os
candidatos usaram muito mais os meios digitais e os
encontros com proteção. Mas o mais importante que
Pazuello demonstra desconhecer nessa declaração no
Congresso é que os números de contaminação, mortes,
ocupação de leitos de UTI têm aumentado muito. E isso
em função de um relaxamento dos cuidados e do
distanciamento.

O ministro da Saúde está estimulando ainda mais
relaxamento, está dizendo que não tem importância
haver aglomerações e isso no momento de nova
escalada da doença. O ministro da Saúde demonstra
continuar negacionista "se ele se propaga por
aglomeração, por contato pessoal, por aerossóis". Se?
O general ainda duvida do que já está pacificado pela
ciência.

Pífia. Pazuello usou essa palavra para definir a oferta
dos laboratórios para o Brasil. Essa é uma boa palavra
mas para definir a gestão dele. E Pífia. Uma
administração que começou apresentada pelo
presidente como sendo a de um especialista em
logística, e que não a usou para distribuir e oferecer os
testes que estão empilhados em Guarulhos. O Brasil
chega atrasado nas filas da vacina por falha de logística
também. Tudo deveria ter sido pensado antes.

A fala do ministro da Saúde no Congresso foi atrasada,
incompleta, vaga num momento em que o país precisa
que ele dê respostas exatas e ágeis. Com que
laboratórios ele falou? Quando os contatou? Que
respostas tem diante da pouca oferta de vacinas para
os brasileiros? Será que as quantidades ofertadas são
pífias por culpa dos laboratórios ou porque o governo
chegou tarde?
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