Clipping Banco Central (2020-12-06)

(Antfer) #1

Alta do IGP-M pressiona contratos de aluguel, e mercado reage


Banco Central do Brasil

O Globo/Nacional - Economia
domingo, 6 de dezembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - IPCA

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Autor: ANA CAROLINA DINIZ E RAFAELLA BARROS


Com o índice Geral de Preços do Mercado (IGPM)
pressionando os reajustes dos contratos de aluguel, o
mercado imobiliário vem tomando atitudes para tentar
contornar a alta.


Desde 26 de novembro, a start-up Quinto Andar vem
adotando o índice Nacional de Preços ao Consumidor
Amplo (IPCA) em seus novos contratos, além de
facultar a mudança aos contratos vigentes. Isso porque,
enquanto o IPCA indica uma inflação de 3,92% entre de
janeiro a outubro, o IGP-M registrou impressionantes
21,97% acumulados até o mês passado. Em 12 meses,
o percentual chegou a 24,52%, diz a Fundação Getúlio
Vargas, responsável pelo cálculo.


Bernardo Loureiro, analista de Dados do Quinto Andar,
explica que a composição do IGP-M faz deste um índice
naturalmente mais volátil, pois inclui a variação de
produtos que são cotados em dólar, por exemplo.


O IPCA, ao contrário, não sofre esse tipo de impacto e
mede a inflação ao consumidor, o que o torna mais


próximo da realidade das pessoas em geral, ou seja,
inquilinos e proprietários.

O movimento da start-up é visto com cautela no setor.

Não pretendemos mudar porque hoje o IGP-M está alto
e amanhã ele poderá não estar. Vale lembrar que não
faz muito tempo que o índice ficou negativo. Podemos
achar que hoje estamos sendo justos com as partes. E
amanhã? Teremos que trocar o índice de novo? -
justifica Edison Parente, vicepresidente comercial da
Administradora Renascença.

Solange Portela de Andrade, diretora da JB Andrade
Imóveis, acrescenta: - A negociação continua sendo a
melhor solução, que deve se mostrar justa e razoável
tanto para locatários quanto para os locadores.

As tentativas para se chegar a um acordo neste
momento se mostram ainda mais relevantes quando se
observam os índices de vacância, que podem ser uma
grande arma de argumentação para os locatários.
Dados de um levantamento da APSA mostram que no
Rio o percentual médio de imóveis residenciais vazios
saiu de 14,4% em outubro de 2019 para 17,2% em
outubro deste amo.

Jean Carvalho, gerente de imóveis APSA, diz que o
momento pede flexibilidade de ambas as partes: - Quem
não está disposto a negociar o novo valor do aluguel
pode até acabar perdendo o inquilino. O proprietário
corre risco de ficar com o imóvel vazio, e tendo que
custear o condomínio.

Assuntos e Palavras-Chave: Banco Central - Perfil 1 -
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