Clipping Banco Central (2020-12-06)

(Antfer) #1

'Luciano Huck, como eu, é de centro-esquerda


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Política
domingo, 6 de dezembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Reforma da Previdência

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Autor: Eduardo Kattah Matheus Lara


O ex-governador do Espírito Santo Paulo Hartung tem
uma avaliação destoante em relação ao saldo político
das eleições municipais deste ano. Para ele, as disputas
municipais terão impacto de "baixa relevância" em 2022
e o que vai influenciar a próxima disputa presidencial é
como o País vai atravessar o "desafiador" ano de 2021.
Neste aspecto, acredita Hartung, não será a economia
e, sim, o social o fator decisivo do voto daqui a dois
anos.


Um dos mais próximos interlocutores de Luciano Huck,
o ex-governador não arrisca um palpite agora sobre
uma eventual filiação do apresentador e empresário.
Mas dá uma pista:


"O Luciano é de centro-esquerda, como eu", disse
Hartung em entrevista ao Estadão.


Que mensagem as eleições municipais deste ano
deram em relação ao atual contexto político nacional? É
uma mensagem para 2022?


Da urna, sempre saem recados. O que a gente precisa
entender é a circunstância da eleição. Dentro de uma
pandemia que não temos um ponto final e ocorreu com
gestores municipais tendo papel no enfrentamento da
covid-19. Esses gestores foram turbinados com
dinheiro. As prefeituras receberam um recurso vultoso.
E ainda teve o fundo de campanha, que fez a diferença.
Debaixo de uma pandemia, tem bonança. A taxa de
reeleição subiu.

Não foi um momento de desconexão como a gente já
viu várias vezes na política brasileira. Se vai ter impacto
em 2022? Muito pequeno, de baixa relevância. E na
eleição da Câmara? Vai. É da tradição brasileira. Esse
arranjo local impacta na eleição seguinte de deputados
e senadores. Agora, achar que o recado da urna é o
que vai presidir o processo seguinte é um equivoco. O
que vai influenciar 2022 é 2021. Como o País vai
atravessar esse ano desafiador.

Como?

Existe uma enorme perda de tempo no País. De
setembro em diante, já era hora de agir.

Era hora de ancorar o endividamento em médio e longo
prazos para manter solvência e credibilidade. Agora
passou a eleição e a conversa é que tem que esperar a
eleição da Câmara. Está sendo produzida uma grave
crise a partir da inércia.

Segurança econômica será ainda o fator principal na
decisão do voto em 2022?

O que vai acontecer vai depender muito do percurso de
2021, que até agora vai mal. É o econômico? Não, é o
social. É o desemprego, a renda baixa, é isso que vai
impactar. Quando você olha o terceiro trimestre hoje (
anunciado na quinta-feira , com alta de 7,7% ante o
segundo trimestre) você está falando de passado. Não é
presente nem futuro. Na hora que você não ancora o
endividamento, você produz desorganização para 2021.
E isso cria uma ambiência diferente para 2022.
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