Clipping Banco Central (2020-12-06)

(Antfer) #1

Como as empresas se uniram contra as polêmicas federais


Banco Central do Brasil

O Estado de S. Paulo/Nacional - Economia
domingo, 6 de dezembro de 2020
Banco Central - Perfil 1 - Ministério da Economia

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Autor: Fernanda Guimarães Luciana Dyniewicz


No fim de junho, uma carta enviada ao governo
brasileiro por um grupo de fundos estrangeiros, com
cerca de US$ 5strilhões sob gestão, colocou o setor
privado brasileiro em alerta. As 30 instituições
financeiras que assinaram o documento exigiam que o
governo freasse o desmatamento, afirmando que havia
uma incerteza generalizada sobre as condições para
investir ou fornecer serviços financeiros ao Brasil. A
ameaça era retirar investimentos do País.


A reação interna veio quase que imediatamente.
Lideranças de 38 empresas enviaram ao governo uma
carta pedindo uma solução. Também não demorou para
surgirem movimentos setoriais. Um deles veio da união
dos três grandes bancos privados do País, Bradesco,
Itaú Unibanco e Santander, que lançaram em conjunto
um plano de desenvolvimento sustentável da Amazônia.


O movimento dos bancos é apenas um exemplo de
como o setor privado teve de se unir este ano para


tentar se blindar do posicionamento ambiental e a
hostilidade da política externa do governo de Jair
Bolsonaro a importantes parceiros comerciais, como
China e Oriente Médio.

Grande exportador à Ásia e ao Oriente Médio, o setor
agropecuário foi outro a colocar, publicamente, pressão
sobre o governo. Uma coalizão formada por 250
organizações e empresas ligadas às áreas do meio
ambiente e do agronegócio enviou ao governo um
conjunto de seis propostas para deter o desmatamento.
A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura reúne,
do lado empresarial, companhias como JBS, Klabin,
Marfrig, Amaggi, Basf, Danone, Natura e Unilever.

Entidades que reúnem operadoras de telecomunicações
e fornecedoras desse setor também publicaram cartas
se opondo a políticas do governo. Nesse caso, se
posicionaram contra restrições na implantação de redes
5G no Brasil. O governo Bolsonaro vem defendendo
barrar a chinesa Huawei, uma medida que alinharia o
País aos Estados Unidos, ainda sob o comando do
republicano Donald Trump (ler mais abaixo).

Voz do presidente. No caso da carta assinada pelos
executivos de grandes empresas, a decisão de divulgar
o documento enviado ao vice-presidente Hamilton
Mourão pedindo soluções para o desmatamento partiu
da percepção de que a situação ambiental estava se
deteriorando. “O Conselho Empresarial Brasileiro para o
Desenvolvimento Sustentável (Cebds) havia soltado
uma nota, em agosto do ano passado, mostrando
preocupação com o desmatamento. Mas, a partir de lá,
os índices de desmatamento continuaram aumentando.
Então, os presidentes das empresas que fazem parte do
Cebds entenderam que tinham de ficar mais vocais e
que eles mesmos tinham de assinar o novo
comunicado”, diz a presidente da entidade, Marina
Grossi. “E diferente o presidente de uma empresa se
posicionar, e não a instituição. ”
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