Clipping Banco Central (2020-12-06)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 6 de dezembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

A PGR está diante da oportunidade de abrir a caixa
preta dos planos de saúde. Basta expandir a operação
abrindo um capítulo onde se fazem perguntas estranhas
ao ritual, porém essenciais para 0 propósito da
investigação. Assim foi com a LavaJato e assim foi com
a investigação da Receita Federal e do FBI americanos
que detonou as roubalheiras da cartolagem
internacional do futebol.


A ideia segundo a qual se combate a corrupção com
multas milionárias é pobre. Acaba criando uma espécie
de pedágio, caro, porém imunizante.


A turma dos planos de saúde, acossada pela perda de
clientes e pela reação aos reajustes selvagens, já tentou
dois saltos triplos. Num, no escurinho de Brasília,
queriam mudar a lei que regula seu mercado. A elas,
tudo, aos consumidores, nada. Noutro, querem
privatizar serviços do SUS. Isso durante uma pandemia
na qual tentaram negar cobertura para os testes de
coronavírus.


Madame Natasha e o general


Madame Natasha não perde entrevistas do general
Eduardo Pazuello e admira os momentos em que ele
fica calado. Outro dia, falando a parlamentares, o
ministro da Saúde incomodou a senhora quando disse
coisas assim:


"Se o processo eleitoral nas cidades, com todas as
aglomerações e eventos, não causa nenhum tipo de
aumento da contaminação, então não falem mais em
afastamento social.''


"Precisamos compreender de uma vez por todas que
nós só aplicaremos vacinas no Brasil registradas na
Anvisa'.'


Com décadas de serviço nos quartéis, o general
Pazuello aprendeu a falar como comandante. Como
ministro da Saúde deveria aprender que não manda nas
suas audiências.


Dizer a quem quer que seja que não deve mais falar em
afastamento social é uma indelicadeza, senão for uma
bobagem. Quando ele diz que "precisamos
compreender de uma vez por todas" que o governo só
patrocinará vacinas aprovadas pela Anvisa, diz uma
platitude. O problema é outro: Cadê a vacina federal?

Natasha recomenda gentilmente ao general entender
que seu desempenho terá uma avaliação cronológica. A
vacina chegará a diversos países em janeiro, inclusive à
Inglaterra e ao México, cujos governos foram
negacionistas. Pazuello não sabe precisar o mês do
início da vacinação no Brasil e acha razoável que
metade da população de Pindorama só consiga ser
imunizada no segundo semestre do ano que vem. Em
São Paulo a vacinação vai começar em janeiro, a
menos que Pazuello e Bolsonaro queiram atrapalhar,
metendo-se numa ridícula Revolta da Vacina 2.0.
Quando Natasha era uma mocinha e os generais se
metiam onde não deviam, ela teve que ira Montevideo
para ver o filme "Último Tango em Paris". (Achou-o
muito chato.)

Natasha morre de medo de ter que viajar ao exterior
para ser vacinada.

Kerry e os agrotrogloditas

A nomeação do ex-senador John Kerry para aposição
de czar da política de meio ambiente do governo de Joe
Biden deve acender um sinal de alerta no Planalto.

Ex-secretário de Estado, Kerry não conhece agro
trogloditas, mas tem boas relações com alguns
ambientalistas brasileiros.

Seria útil que os çábios do bolsonarismo parassem de
pressionar empresas multinacionais que pararam de
comprar soja plantada em áreas de conflito ambiental.
As filiais comunicam essas pressões às suas matrizes.

Coisas de Pindorama

Um marciano passou pelo Brasil em 1821 e gostou das
gazetas que defendiam a independência da Colônia.
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