Clipping Banco Central (2020-12-06)

(Antfer) #1

Suspeitas de crimes sexuais


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 6 de dezembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

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Autor: Flavia Lima


Em 28 de novembro, a Folha publicou reportagem sobre
uma acusação de estupro feita pela jornalista Amanda
Audi contra o professor universitário Alexandre Andrada.


Segundo o texto, sem ouvir todas as testemunhas
indicadas no inquérito nem aprofundar a investigação, a
polícia enviara à Justiça um relatório que resultou no
arquivamento do inquérito.


Uma semana depois, Andrada obteve espaço na página
A3 do jornal para escrever sobre os fatos: disse que o
jornal publicara informação grave e inverídica a seu
respeito, com base em uma denúncia arquivada havia
meses pelo Ministério Público e sem entrar em contato
com ele para ouvir sua versão.


Audi poderia fazer o mesmo? Não, porque apedido dos
advogados de Andrada, a Justiça a proibiu de falar
sobre o caso.


Em email à ombudsman, Andrada questionou também
se seria ético a Folha "usar seu staff" para reverberar o


que seria uma calúnia, graças aos laços de amizade
entra a jornalista e alguns de seus funcionários. Audi é
jornalista, assim como as três testemunhas arroladas no
caso (uma delas repórter da própria Folha).

Entre leitores, a maioria homens, a decisão de publicar
a reportagem foi criticada. pois teria potencial de
destruir reputações. o jornal errou?

O que define se um assunto deve ou não ser publicado
é o interesse público, e ele existe neste caso. É inegável
que a publicação do texto expôs os envolvidos, mas
isso foi feito a partir de fatos de conhecimento público e
que produziram consequências jurídicas.

O inquérito foi arquivado por falta de provas, mas isso
não reduz o interesse da reportagem. O arquivamento é
decisão da Justiça, passível de reconsideração, como
diz o texto.

Andrada diz não ter sido ouvido pela reportagem, o que
seria grave. Ocorre que Andrada não foi ouvido, mas
seu advogado- seu representante legai- foi, o que
atende a regra básica de ouvir o outro lado.

O caso foi exposto em redes sociais pela jornalista
envolvida antes de ser proibida pela Justiça de falar
sobre o assunto. Depois disso, foi feita a reportagem,
que parte do princípio de que ouvir todas as
testemunhas teria sido crucial No texto que escreveu
para a Folha, porém, Andrada informa que as
testemunhas foram arroladas pela defesa.

É comum, dizem advogados, que investigados indiquem
uma série de testemunhas para exaltar suas qualidades
ou mesmo atrasar o andamento do inquérito, o que
acaba pesando na decisão do delegado de ouvi-las
todas ou não.

Logo, seria importante que a informação de que foram
indicadas por Andrada estivesse na reportagem inicial,
pois para o entendimento do desfecho do inquérito, faz
diferença saber quem as indicou.
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