Clipping Banco Central (2020-12-06)

(Antfer) #1
Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Poder
domingo, 6 de dezembro de 2020
Banco Central - Perfil 2 - TCU

presidente à sua candidatura.


Em conversa recente, relatada à Folha, Lira sugeriu
que, se o governo não entrasse de cabeça em sua
candidatura, ele teria de buscar votos em partidos de
oposição. E, em busca de alianças, incluir pontos
defendidos por legendas de esquerda em sua
campanha.


Procurado pela Folha, Lira negou ter tido a conversa
com o presidente. "Não é verdadeira a informação. Na
Câmara tenho relacionamento há muito tempo com
todos os campos, os respeito e vice-versa. Tenho perfil
próprio, converso com todos", disse.


Embora o deputado negue, auxiliares de Bolsonaro
afirmam que a sinalização de Lira desagradou o
presidente e ministros palacianos, que, somada à
dificuldade de ele em conseguir apoio, passaram a
avaliar novos cenários para a disputa.


Maia tem repetido a deputados aliados que, mesmo que
o STF autorize a sua reeleição, ele não pretende
disputá-la. O Planalto, porém, tem dúvidas.


Na tentativa de impedir uma reeleição de Maia,
assessores palacianos defendem que o presidente não
coloque sua digital de forma explícita e ofereça cargos
no primeiro escalão em busca de apoio ao seu
candidato. Aliados de Lira, inclusive, têm oferecido
postos a deputados em troca de votos.


A ofensiva do governo vai depender do "tamanho do
problema", como resumiu um ministro. Segundo
congressistas, a liberação de recursos acordada em
troca da aprovação de projetos já começou a ser
atrelada ao apoio a Lira.


Com a pressão por cargos de primeiro escalão, o
presidente foi aconselhado por ministros militares a
antecipar para janeiro a reforma ministerial. A ideia é
tentar se blindar da ofensiva do bloco partidário.


Na semana passada, o presidente do DEM, ACM Neto,
afirmou a deputados e a ministros que Maia não será


candidato e que o objetivo dele é garantir a recondução
de Alcolumbre no Senado.

Além disso, aliados do presidente da Câmara disseram
acreditar que, ao não disputar a reeleição, o deputado
se cacifa ainda mais para emplacar um nome de sua
preferência para o comando da Casa.

Caso o cenário sem Maia se concretize, o que é
avaliado como o mais provável, ministros consideram
que não será necessário entregar dedos e anéis para
eleger o candidato do governo. Assim, para evitar
pressão do centrão, Bolsonaro pode antecipar a reforma
ministerial.

Inicialmente, o presidente cogitava fazer uma troca de
cadeiras após a eleição na Câmara, como forma de
acomodar o grupo que sair vencedor da disputa. Irritado
com as cobranças por espaço, porém, considera
realizá-la agora em janeiro, podendo fazer nova
mudança após a eleição.

As trocas devem envolver inclusive pastas da chamada
cozinha do Planalto, ou seja, que despacham na sede
administrativa do Executivo. Uma mudança avaliada
como bastante provável é no comando da Secretaria de
Governo.

Para contemplar o PP, partido ao qual já havia
prometido um posto ministerial, Bolsonaro considera
nomear para a pasta da articulação política o atual líder
do governo na Câmara, Ricardo Barros (PR).

Com a mudança, Ramos seria deslocado para a
Secretaria-Geral. A pasta ficará vaga com a saída de
Jorge de Oliveira para assumir o cargo de ministro do
TCU (Tribunal de Contas da União).

Além dessa troca, Bolsonaro considera alterar os
comandos do Turismo e da Cidadania, como a Folha
mostrou em outubro.

Na quarta (2), em reunião com ministros, Bolsonaro
disse que quem decide mudanças no governo é o chefe
do Executivo e, contrariando expectativas, afirmou que
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