Clipping Banco Central (2020-12-06)

(Antfer) #1

Fundeb é oportunidade de trabalho para os jovens


Banco Central do Brasil

Folha de S. Paulo/Nacional - Opinião
domingo, 6 de dezembro de 2020
Cenário Político-Econômico - Colunistas

Clique aqui para abrir a imagem

Autor: Maria Helena Guimarães de Castro, Rafael
Lucchesi e Rossieli Soares


A reforma do ensino médio é importante avanço no
marco regulatório da educação nacional. A nova
legislação alinha-se às boas práticas educacionais de
países desenvolvidos ao incluir a formação técnico-
profissional como um dos cinco itinerários de
aprofundamento dos estudos pelos alunos. Comisso,
busca atender às necessidades de jovens que hoje
concluem essa etapa sem que a escola lhes dê uma
identidade social por meio de uma profissão.


Outro fator é a possibilidade de se corrigir agrave
distorção na matriz educacional brasileira. Nos países-
membros que compõem a Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE),
cerca de 48% dos jovens matriculados no ensino médio
fazem educação profissional. N o Brasil, esse
percentual não chega a 10%.


O novo modelo impõe, no entanto, mais um desafio, que
é oferecer o itinerário de formação técnico -profissional
com qualidade. É preciso ofertar trajetórias de


profissionalização robustas, capazes de responder aos
desafios de um mercado impactado por um conjunto de
novas tecnologias. Uma inserção qualificada dos jovens
no mundo produtivo evita a precarização do trabalho
juvenil e torna a escola agente efetivo de transformação
na vida dos estudantes.

A educação profissional, porém, é uma modalidade de
ensino que exige investimentos constantes e mais
elevados. O setor industrial, por exemplo, com o
advento das novas tecnologias da indústria 4.0,
intensifica a demanda por capacitação periódica dos
docentes, atualização permanente dos laboratórios,
maquinários e ambientes educacionais.

Por outro lado, uma educação profissional benfeita trará
impactos positivos na inserção dos jovens no mercado
de trabalho. De acordo com o IBGE, a taxa de
desemprego dos jovens brasileiros entre 18 e 24 anos
de idade alcançou 27,1% no primeiro trimestre de 2020,
superando muito a média geral de 12,2% de
desemprego do país no mesmo período.

A dificuldade de inserção dos jovens no mercado de
trabalho é precedida pela falta de uma qualificação
profissional adequada que os tornem aptos a acessar o
mundo produtivo.

Pensar trajetórias de profissionalização robustas,
capazes de responder aos desafios de um mercado de
trabalho impactado por um conjunto de novas
tecnologias que vêm transformando os processos de
produção de bens e serviços, e exigindo, cada vez mais,
trabalhadores mais qualificados, obriga-nos a refletir
sobre uma formação técnica e profissional capaz de
responder a esse desafio.

A regulamentação do Fundeb (Fundo de Manutenção e
Desenvolvimento da Educação Básica), projeto de
leÍ4.372/2020, tem buscado avançar nesse sentido.
Esse é um passo para a garantia do direito à educação
com qualidade e equidade. O texto prevê a ampliação
dos recursos destinados à formação técnico-profissional
Free download pdf