Super Notícia (2020-12-07)

“O Sérgio tem histó-

ria no Atlético. É um

cara muito fácil,

muito dinâmico.”

Fred Couto, conselheiro

AS PROPOSTAS

1) Formar elencos competi-

tivos e disputar competi-

ções nacionais e internacio-

nais com protagonismo;

2) Aprofundar o processo

de reestruturação adminis-

trativa e financeira;

3) Inaugurar a Arena

MRV;

4) Investir fortemente nas

categorias de base, a fim

de torná-la referência in-

ternacional e reveladora

de talentos.

APÓS A TEMPESTADE,

A BONANÇA NO GALO

CONTEÚDO PREMIUM

THIAGO NOGUEIRA

[email protected]

Na próxima sexta-fei-

ra, o empresário Sérgio

Batista Coelho será alça-

do ao posto de 46° presi-

dente da história do Atléti-

co. Candidato único, ele

precisa só aguardar forma-

lidades estatutárias para

selar o mais borbulhante

cenário político alvinegro

desde a renúncia de Ziza

Valadares, em 2008.

Sérgio Coelho se trans-

formou na figura de con-

senso, indicada pelo cha-

mado grupo dos “4R” –

Rubens Menin, Rafael Me-

nin, Ricardo Guimarães e

Renato Salvador –, que fa-

zem apor-

tes mi-

lionários e exigem boas con-

dutas de gestão e governan-

ça. Coelho, ao mesmo tempo,

não contradiz a ala mais liga-

da ao ex-presidente Alexan-

dre Kalil, que trocou farpas

públicas e acusações veladas

com o atual presidente Sér-

gio Sette Câmara. O presi-

dente chegou a cogitar a ree-

leição e só não o fez por leal-

dade ao grupo político, que

agiu de forma a colocar

panos quentes na

briga. “Meu

papel aqui foi cumprido. Que-

ro crer que, desse grupo, vai

sair uma chapa muito boa”,

disse Sette Câmara ao anun-

ciar que não seria candidato.

Na guerra de bastidores,

o nome de Castellar Gui-

marães Filho, presidente

do conselho deliberati-

vo, foi colocado como

alternativa. “Ha-

via uma ma-

nifestação, mas não disse a

ninguém que seria candida-

to. Eu poderia até ter pensa-

do, mas fiz várias avalia-

ções, completei 70 anos,

passei a pensar mais em

mim”, afirmou Castellar.

Prefeito de Belo Hori-

zonte, Alexandre Kalil

não mergulhou profun-

damente na política do

Galo. “Conversei com o Ka-

lil, ele estava por fora. Pediu

para que se trabalhasse a paz

na política”, disse Castellar.

“Ele é um cara fan-

tástico, caridoso, ho-

nesto, empresário

sério, ótimo pai.”

Carlos Alberto, conselheiro

“Está tudo sendo fei-

to com muita clare-

za e transparência.”

Sérgio Leonardo,

presidente do conselho fiscal

“Procuro não me en-

volver na política. O

Atlético tem gente

capacitada.”

Lenir da Rocha, conselheira

THIAGO NOGUEIRA

[email protected]

Natural de Crucilândia,

na região metropolitana da

capital, o empresário Sérgio

Batista Coelho, de 60 anos,

é um velho conhecido do tor-

cedor atleticano. Ele ocu-

pou por dois mandatos a vi-

ce-presidência do Atlético,

nas gestões de Nélio Brant

(1998-2001) e Ricardo Gui-

marães (2001-2006). Na

época, a função tinha atribui-

ções ligadas diretamente ao

planejamento do futebol. Es-

se último período coincide

com o rebaixamento do Galo

(2005) e a disputa da Série B

do Brasileiro (2006).

Quatorze anos depois,

Sérgio Coelho foi o escolhi-

do pelo grupo político para

dar continuidade ao trabalho

de enxugamento e investi-

mento pesado em contrata-

ções – com recursos da famí-

lia Menin – e terá a honra de

cortar a fita da tão sonhada

Arena MRV, que está previs-

ta para ser inaugurada em

meados de 2022.

Currículo

Casado e pai de três fi-

lhos, Sérgio Coelho é forma-

do em administração de em-

presas. Em 1986, ele fundou

a SRM Veículos, considera-

da uma das maiores revende-

doras de veículos do país

(atualmente, não tem mais li-

gação com a empresa). Ele

também criou o shopping

Show Auto Mall, um dos

maiores do segmento, do

qual ainda é sócio. Como es-

pecialista no setor, foi atuan-

te em associação e federação

do ramo de veículos usados.

O futuro presidente do Ga-

lo também tem atuação na fi-

lantropia. Como conselhei-

ro, diretor ou fundador,

apoia entidades, como a Ca-

sa de Apoio a Crianças e Ado-

lescente com Câncer

(CACC), o Sistema Divina

Providência (SDP), que aten-

de 10,5 mil crianças em

regime de internato, a As-

sociação dos Protetores

das Pessoas Carentes

(Assopoc) e Associações

de Pais e Amigos dos Ex-

cepcionais (Apaes) de ci-

dades no entorno de sua

terra natal.

Coelho tem ainda pro-

jetos pessoais em curso,

como a conclusão de uma

creche para atender 300

crianças, em Crucilândia,

e a reforma e a ampliação

da Santa Casa de Miseri-

córdia de Itaguara. Em

2019, conseguiu inaugu-

rar uma residência inclu-

siva. O projeto-piloto

atende 12 pessoas. O ob-

jetivo é chegar a dez ca-

sas para atender 120 pes-

soas entre 18 e 59 anos.

Vários embates acontece-

ram nos bastidores, envolven-

do dívidas antigas e críticas à

prefeitura por contrapartidas exi-

gidas à construção da Arena MRV e

até revisão do IPTU da sede de Lour-

des. A guerra foi alimentada ainda com

vazamentos do demonstrativo financeiro

e de parte do relatório da consultoria Kroll,

que envolveu prestadores de serviços.

No último dia 27, prazo final para o regis-

tro de chapas, a paz, enfim, foi sacramenta-

da. “Grande notícia para a Massa atletica-

na. Atlético pacificado, receita certa para

futuro melhor”, comemorou Rubens Me-

nin no Twitter. “Depois de muitas conver-

sas, entendemos que Sérgio Coelho era

o nome de alta qualidade e que traz con-

senso para que o grupo tenha tranquili-

dade e coloque o Galo num nível ain-

da mais elevado”, completou Rafael

Menin, vice-presidente do conselho.

Sérgio Coelho informou que só

dará entrevista após a eleição. Por

enquanto, o futuro presidente ape-

nas disparou comunicados aos

conselheiros e à torcida. “Afirmo

que terei tolerância zero com a

falta de honestidade e a falta de

lealdade”, disse em vídeo. (TN)

MDepois de uma briga política nos bastidores do Atlético, Sérgio Coelho foi

escolhido como nome de consenso; gestão será calcada na orientação dos “4R”

Anúncio será diferente

Atlético tem cerca de 340 conselheiros aptos a votar, mas, por causa da

pandemia do coronavírus e também por conta da candidatura única de

Sérgio Batista Coelho, a expectativa no clube é que o comparecimento

fique na casa dos dois terços. Diferentemente da eleição de Daniel Nepo-

muceno, em 2014, o último pleito no Atlético que teve candidato único e

com o vencedor sendo aclamado com uma salva de palmas pouco depois

do fim da votação (sem a necessidade de contagem dos votos), desta vez

será um pouco diferente. Para ser anunciado o novo presidente do Galo,

os votos serão contabilizados.

Segundo o presidente do conselho deliberativo, Castellar Guimarães,

os conselheiros terão que comparecer ao clube Labareda, na Pampulha,

entre 9h e 17h, para registrar seu voto. Atendendo às orientações da

Secretaria Municipal de Saúde de Belo Horizonte, é necessário o uso de

máscaras, entre outras medidas de prevenção à Covid-19.

O pedido é para que os conselheiros votem ao longo do dia e deixem o

salão em seguida para evitar aglomerações. A posse do novo presidente

está prevista para 4 de janeiro, a não ser que haja algum acordo entre os

presidentes para a passagem do bastão antes dessa data. (TN)

“Sérgio Coelho

é um nome de

alta qualidade

e que traz

consenso para

que o grupo

tenha

tranquilidade e

coloque o Galo

num nível

ainda mais

elevado.”

Rafael Menin

Vice-presidente

do conselho

“Não poderei deixar

de contar com o

apoio do grupo dos

‘4R’. Além de parcei-

ros financeiros funda-

mentais, esses qua-

tro têm contribuído

de forma determi-

nante para profissio-

nalização e melho-

res práticas de gover-

nança do clube.”

Sérgio Coelho

Futuro presidente do Atlético

QUEM É O FUTURO

PRESIDENTE?

MSérgio Coelho já foi vice-presidente nas gestões de Nélio Brant e Ricardo

Guimarães; ele é empresário e realiza diversos trabalhos de filantropia

POLÍTICOS

Formado por ex-gover-

nadores, chefes do Exe-

cutivo municipal, ex-mi-

nistros e deputados, o

conselho deliberativo

do Atlético integra res-

peitados nomes da

política mineira. A lista

inclui ex-presidentes

atleticanos. Após a

eleição, um assunto

em pauta será a moder-

nização do estatuto,

para criar novas regras

de governança e contro-

le de gastos. A última

reforma aconteceu em

2008, quando o fatura-

mento do clube era

bem menor. Um estu-

do foi contratado.

Escolha de Coelho acalmou

os ânimos e foi comemorada

¬Rafael Menin, Renato Salvador, Rubens

Menin e Ricardo Guimarães: o quarteto

que dá as ordens no Galo

ACIR GALVÃO

REPRODUÇÃO/TWITTER @RUBENSMENIN

FOTOS CRISTIANE MATTOS

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10 SUPER NOTÍCIASEGUNDA-FEIRA, 7 DE DEZEMBRO DE 2020

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