Crusoé - Edição 137 (2020-12-11)

(Antfer) #1

  • O fedelho que dá lições de geopolítica


Filipe Martins, o p irralh o que b r inca de assessor internacional desse governo
infantilizado, escreveu que Doria coloca SP "nas fi leiras da t irania g lobal contra a
luta do governo federal por mais liberdade" -e, sim, ele falava da vacina. Será
possível que esse o ligofrênico acha mesmo q ue o discurso da "liberdade
antivacina" da bolha de d ireita em que ele v ive é popular no Brasil? Já pôs o
narizinho fora das redes sociais? Não percebe que os brasileiros devem se
ESTAPEAR pela vacina de um j eito ainda pior q ue na promoção de aniversári o do
supermercado Guanabara? Até o ch efe dele demorou, mas enfim percebeu.


  • O ministro da Saúde que tem dúvidas sobre a demanda por vacinação


A besta mais extraord inária desta brevíssima coleção -de modo algum completa



  • é o general que ocupa o Ministério da Saúde de um país com q uase 180 mil
    mortos por Covid- 19 e diz NÃO SABER se haverá demanda , por vacinação
    enquanto todo o resto do mundo começa a se imunizar. E um grau de
    descolamento da realidade que f ica até simpático no louquinho do bairro, mas
    vocês j amais confiariam no louquinho do bairro na hora de fazer um plano de
    vacinação para 21 O milhões de habitantes. (Se bem que vocês confiaram no
    louco da Barra para gerir o país: esper o que estejam satisfeitos. E esse negócio
    de bestiário do Brasil requer a paciência e os braços de um milhão de monges.)


***
PAOLO ROSSI (1956-2020)

Vou dispensar a goiabice da semana para contar uma historinha pessoal. Na
Copa de 1978, a "semifinal" Brasil x Polônia -entre aspas porque não era
exatamente essa a fórmula do torneio-foi no dia do meu aniversário de oito
anos. A seleção de Cláudio Coutinho ganhou por 3 a 1. A Argentina, dona da casa
e concorrente d ireta do Brasil, entrou em campo depois, já sabendo de quanto
precisava ganhar do Peru para ir à final: ganhou de 6 a O, num jogo que até hoj e
envolve acusações de suborno. Lá pelo quarto gol dos argentinos, saí da minha
festinha furioso, talvez xingando o juiz, e fu i chorando para o meu quarto.

Dei essa volta para d izer que, em 1982, eu j á era um calejado torcedor de 12
anos quando Paolo Rossi -que morreu nesta quarta, 9, aos 64 anos- meteu
aqueles três gols com que a Itália eliminou a seleção de Telê Santana, muito
superior à de Coutinho. Fiquei triste e certamente xinguei o Bambino d'Oro, mas
a "tragédia do Sarriá" não foi para mim -graças a 1978- o evento traumático
que foi para quase todos os amigos da m inha geração. E Rossi, que partiu ainda
jovem (era apenas quatro anos mais velho que Maradona), tem méritos de sobra
para um lugar de honra no panteão de nossos carrascos. Rest in peace. 0


Rossf na final de 1982, em que fez um dos gols do 3 a 1 da Itália sobre a Alemanha
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