Crusoé - Edição 137 (2020-12-11)

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Documento mostra doação da }85 ao Instituto Lula de 2 milhões de reais
As contas secretas da propina
As auditorias internas ident ificaram um emaranhado de contas e empresas de
fachada com sede em paraísos f iscais, como o Panamá e Suíça, j amais reveladas
pela JBS em sua delação à Procuradoria-Geral da República. Essas contas
abasteciam doleiros usados para fazer pagamentos il ícitos no Brasil. A estrutura
societária composta por doze empresas que movimentavam valores vultosas
recebe o nome de "The Nebbia Trust". Associadas a ela, estão, por exemplo, três
empresas com o nome de "Unifleisch". Recentemente, uma reportagem do
Consórcio Internacional de Jornalistas lnvestigativos mostrou que essa offshore
despertou a atenção do Departamento do Tesouro dos Estados Unidos por ter
realizado t ransações suspeitas no exterior. De acordo com os re latórios obtidos
por Crusoé, uma "Unifleisch" foi usada como inter mediária em importantes
aquisições da JBS, como a da National Beef, que alcançari a a cifra de 560 milhões
de dólares. A compra, no entanto, foi vetada pelo Departamento de Justiça
ameri cano, em 2008, em razão do seu efeito anticompetitivo. Outra aquisição
intermediada pela empresa de fachada foi a do frigorífico Smithfield, no valor de
565 milhões de dólares - o negócio contou com o fin anciamento de mais de 900
m ilhões de reais do BNDES. Segundo delatores, os aportes contaram com o aval
e a inf luência do ex-ministro da Fazenda de Dilma Rousseff, Guido Mantega.
Segundo as auditorias, 95% dos valores pagos pela JBS à Unif leisch eram
repassados a outras duas contas - a Valdarco e a Lunsville - usadas como caixa
para fazer repasses irregulares em esquemas da JBS no Brasil. Interrogado pela
equipe de auditores, um dos executivos da J&F, Demilton de Castro, reconhece:
"As vendas existiam, eram pagas comissões para a Unifleisch, que repassava
parte desse dinheiro para a conta da Valdarco, parte para a Lunsville. Quando eu
precisava de d inheiro em espécie eu recorri a ao doleiro. As ' vezes ele me
mandava o valor em espécie aqui no Brasil e eu transferia para eles em contas
no exterior".
Toda esta estrutura de contas bancárias na Suíça e de empresas no Panamá foi
objeto de questionamento à cúpula da J&F. No entanto, segundo o re latório,
"nem mesmo os Srs. Joesley Batista e Wesley Batista souberam esclarecer do que
se tratava". Joesley, em dado momento, alegou que uma das contas era de uso
pessoal. "Conta minha, totalmente minha. Não me lembro exatamente o detalhe
técnico, mas se não me engano era assim: era uma empresa aberta em meu
nome, empresa sediada não sei onde ... uma empresa de papel, uma 'paper
company' vamos d izer assim, em meu nome. Abri a conta dessa empresa. Eu que
assin ava e era só t ipo um reservatóri o de d inheiro", disse.
JBS S.A.
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exPOtto)(:3<) a Unlffe.scl
UNIFLEISCH LTD.
VALDARCO
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JBS 95" a dos Unllle..ch vl)lofes é rt!l)d5sado pagos pela d
LU11SV1ne e Vald.!rco
LUNSVILLE
Lunsv1 r11<1!11avam le a dtslrlb<J•~ o Vi!^1 darco dos
recursos doleoros. sob às olW>arru. nstruções e do aos Sr
Den••llon dP C..,.tro
DOLEIROS

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