Viaje Mais - Edição 172 (2015-09)

(Antfer) #1
VIAJEMAIS^41

entrar no complexo para conferir
as mostras em cartaz e, claro, apro-
veitar a animação do rooftopbar
desse espaço cultural.
Dali, é uma boa atravessar uma
das pontes – pode ser a de Bercy, a
Tolbiac ou a Passarela Simone de
Beauvoir – para chegar a uma parte
da margem direita do Sena que tam-
bém é pouco popentre os turistas.
Eis a região de Bercy, casa do parque
homônimo, que não deixa nada a
desejar às áreas verdes mais famosas
de Paris, e da Cinemateca Francesa,
onde se pode visitar dois museus de-
dicados à sétima arte e até pegar um
filminho numa das salas de exibição.
O zunzunzum também é forte
no encantador Cour St-Émilion.
Esse antigo conjunto de armazéns
de vinho foi transformado no char-
moso shopping a céu aberto Bercy
Village. As lojas rendem bons acha-
dos para a casa, a cozinha e para as
crianças, e há uma porção de gra-
ciosos cafés e restaurantes, os quais
logo convencerão você a se sentar
para descansar e praticar o people
watching. É mesmo impressionante


a facilidade com que Paris leva as
pessoas, mesmo em lugares movi-
mentados, a se renderem ao relax.

UM CASTELO EM PARIS
Se o centro de Paris é um mag-
nífico retrato da revolução arqui-
tetônica propalada pelo mítico Ba-
rão de Haussmann (prefeito pari-
siense que, no século 19, moder-
nizou a capital francesa, que passou
a contar com grandes avenidas e
bulevares) e o bairro de La Défen -
se tem ares futuristas, não deveria
surpreender o fato de que a cidade
ostenta um castelo medieval. Não
deveria, mas surpreende. Qualquer
turista sabe da existência do Palácio
de Versalhes, nas cercanias de Paris,
mas poucos têm conhecimento do
imponente Château de Vincennes,
que fica na própria capital e é de
fácil acesso: a entrada se dá justa-
mente pela estação de metrô ho-
mônima. Originalmente uma ca-
bana de caça do século 12, o castelo
fortificado alcançou as grandiosas
dimensões atuais no reinado de Luís
XIV, no século 17, e pode ter os jar-

dins e alguns cômodos visitados,
caso da Capela Real, aberta apenas
das 11h às 12h e das 15h às 16h.
Outra atração menos manjada
é o aprazível Canal Saint-Martin,
com direito, em plena capital fran-
cesa, a eclusas e antigas pontes le-
vadiças, as quais se erguem a 90
graus quando embarcações nave-
gam por ali, incluindo algumas que
fazem passeios turísticos. E pensar
que essa belezura, que se estende
por cerca de 5 km, quase foi ater-
rada, não fosse a mobilização dos
moradores... Na esteira desse “re-
nascimento”, chegaram ao bairro
artistas, designerse estilistas, que
criaram coletivos artísticos, loji-
nhas interessantes, bons bares e
restaurantes e estabelecimentos na
linha do tudo junto e misturado:
o Le Comptoir Général, por exem-
plo, mistura bar, brechó, cabelei-
reiro e café.
Especialmente em dias de se-

Na Biblioteca Nacional, fotos e manuscritos celebram o centenário de nascimento da cantora Édith Piaf

SHUTTERSTOCK
Free download pdf