Viaje Mais - Edição 173 (2015-10)

(Antfer) #1

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NA BAGAGEM


As histórias vividas pela redação


VIAJE MaiS

pa lá cios... Ainda que, modés -
tia à parte, eu tenha uma me -
mó ria prodi giosa, e, de que -
bra, guarde gran de parte das
re por tagens que escrevi para
rememorar as viagens que já
fiz, são esses frag mentos de
papel que me reconectam a
lugares e expe riên cias que tive
o prazer de viver, mas que se

emara nham e se escon dem na
teia de in for mações formada
ao lon go da vida.
É eventualmente ao revi -
rar essa papelada que volta à
baila minha primeira viagem
internacional, para Bariloche,
na Argen tina, que rendeu o
primeiro dos muitos certifi -
cados que ganhei nos tantos
passeios que há anos realizo:
ele foi dado por eu ter partici -
pado das atividades oferecidas

Eu vejo o meu passado passar por mim


PORKAREN ABREU

no com ple xo mon tado no
alto do Cerro Otto, que des -
cortina um se nhor panorama
da ci dade zinha envolta pelo
Lago Na huel Huapi. Se esse
atesta do é bobinho, mas é
impor tante por marcar mi -
nha es treia como viajante
interna cional, outros dois
me dei xam toda orgulhosa:

os que compro vam meus
“sal tos” num si mulador de
para-que das de Orlando
(EUA), no qual o vento atinge
240 km/h, e a cami nhada nu -
ma plata forma ex terna da
CN Tower, sím bolo da cida -
de de To ron to, que rola a
verti ginosos 356 me tros de
al tura e é mos trada na maté -
ria dedicada ao Ca na dá nesta
edição. À parte me fazerem
recordar a delícia que foram

Shu

tter

Stoc

k

os dias nesses locais, os “do -
cumen tos” mostram que já
fui mais corajosa anos atrás.
Tomara que eles não desbo -
tem e eu possa mostrá-los
quando tiver um filho e ele
disser que não encaro na-
da radical.
Ao fuçar mais um pouco
nesse arquivo regido apenas
pelo quesito “memória afeti -
va”, o sorriso brota no rosto
quando passo pelas fotos tira -
das pelo pes soal de parques
e atrações e que, na correria
cotidiana, eu ja mais lembraria
que foram clicadas. Há uma
imagem em que na do com
um golfinho em Or lando,
uma outra, di ver tidíssima por
sinal, em que sou beija da por
um enor me leão-ma rinho em
Punta Cana e mais uma em
que faço ca ri nho num coala
na Austrália. Também tem o
brinde a bor do do barco que
navega pelo Rio Sena, o sinal
de ok no voo de helicóptero
pelo Grand Canyon...
Mais do que pela beleza
e a his tória de um lugar, nos -
sas reminiscências de via gens
têm a ver com os mo men tos
vivi dos, as expe riên cias des -
fru ta das e, no meu caso, com
importantíssimos cacarecos
e papéis trazidos dos lugares
que explorei. É, quando che -
gar a hora, não será fácil desa -
pegar desse “acervo”...

D


esde que me for -
mei, há 15 anos,
tra balho com jor -
nalismo de turismo. Então,
você ima gina o quanto eu já
rodei por este mundão, né?
Se por um lado tais an danças
me fizeram uma pes soa mais
instruída e open-minded, por
outro me trou xeram um cer -
to pro ble minha: juntar papéis
e suve nires, dos quais tenho
uma dificuldade imen sa de
me desfazer por que acredito
que vou conseguir trans for -
má-los numa coleção dig na
de uma viajante nata.
Além de canecas e ímãs
de geladeira – esses, felizmen -
te, já “moram” no lugar cer -
to, na cozinha do meu aparta -
mento –, tenho moe das es -
trangeiras, cartões mag néti -
cos de hotéis, caixas de fós -
foro de diferentes forma tos,
chaveiros e toda sorte de ba -
du laques que ocupam caixas
e potes no meu guar da-rou -
pa. Uma hora tudo isso será
banido de casa, mas conservo
também pastas e envelopes
que, mesmo sen do raríssimo
que os abra, irão comigo aon -
de eu for. Eles guar dam aque -
las fotos “ofi ciais” tiradas
quando se visita algu ma atra -
ção famosa, “di plo mas” que
a gente ganha quan do encara
um desafio, tíquetes e folhe -
tos de mu seus, monumentos,
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