humanitário, um norte a mais, capaz de
nos deslocar de nossos umbigos e nos
aproximar de ações e ideais de educação,
arte e cultura para todos.
A epígrafe escolhida para este texto,
um trecho do livro sobre o direito à litera-
tura^1 , tema um dia debatido por Antonio
Candido em meio a uma pauta sobre os
direitos humanos, não poderia estar mais
atual. A reflexão do intelectual nos faz
pensar que ler também é comer, para te-
cer analogia com a canção “Comida”, dos
Titãs.
Se ler é ato essencial, uma vez que
um livro pode alimentar partes do nosso
corpo que nenhuma comida orgânica se-
ria capaz, livro e leitura precisam ser ga-
rantidos a quem quer que seja. Por isso,
vale registrar iniciativas que levam o pão,
o mantimento aos que nada tem, mas
que também fazem chegar a letra, a pa-
lavra, o livro, em meio às cestas básicas
tão emergenciais nesse ano pandêmico.
Na via do direito pleno e justo – de tudo
para todos –, queremos lirismo e poéticas
sem exceção, o banquete completo, por-
que “a gente quer por inteiro e não pela
metade”^2 ...
1 CANDIDO, Antonio. O direito à literatura.
In: . Vários escritos. 5. ed., corrigida pelo
autor. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul, 2011, p.
171-193.
2 TITÃS. Comida (música). In: . jesus
não tem dentes no país dos banguelas (LP).
Lado A, faixa 2. Rio de Janeiro: WEA, Warner
Music Brasil, 1987.
Professora, pesquisadora e escritora
[email protected]
http://arquivosimpertinentes.blogspot.com/