VIAJEMAIS 87tamento dos machos tentando atrair
as fêmeas para acasalar.
Os barcos ancoram dentro do
arquipélago em meio a um cinturão
de água azul-clara que circunda as
ilhas. É a hora de fazer um mergulho
com snorkel perto dos costões, onde
há bancadas de corais que servem
de refúgio para uma infinidade de
peixes e tartarugas. A visibilidade
da água, em situações de clima fa-
vorável, chega a cerca de 30 metros.
Até a década de 1980 ninguém
ia a Abrolhos, com exceção de al-
guns militares e muitos pescadores.
Transformado em Parque Nacional
Marinho em 1983, o arquipélago
aos poucos começou a receber os
primeiros turistas. Mesmo assim, as
ilhas permanecem selvagens, habi-
tadas apenas por milhares de aves
marinhas e alguns poucos militares
com vocação para ermitão, cujas
casas estão na Ilha de Santa Bárbara,
onde há um farol da marinha.
O desembarque só é permitido
na Ilha da Siriba e, mesmo assim, só
é possível caminhar por uma trilha
demarcada com cerca de 100 metros
de extensão, já que o chão da ilha é
forrado de ninhos de pássaros. São
fragatas, atobás, trinca-réis, gaivo-
tas... E os pássaros não tem medo
das pessoas que passam a centíme-
tros de distância dos ninhos.
Como não existem pousadas nas
ilhas de Abrolhos, a única forma de
se hospedar ali é em barcos que le-vam mergulhadores e permanecem
de dois a três dias no arquipélago.
São os chamados passeios de live
aboarding. Banho, refeições, per-
noite, tudo é feito dentro do barco,
como o catamarã da empresa Ho-
rizonte Aberto. O conforto é espar-
tano: cabines com beliches e banho
com chuveirinho de mão. Em com-
pensação, nas águas abrigadas do ar-
quipélago, o balanço do barco quase
desaparece, o que torna a estadia
mais confortável. A grande vanta-
gem é poder fazer inúmeros mergu-
lhos em Abrolhos, que é considerado,
ao lado de Fernando de Noronha,
o melhor ponto de mergulho do
Brasil. No universo submerso das
ilhas há uma enorme variedade deNão é muito fácil
chegar a Abrolhos: são
4 horas de navegação