CAPA Colômbia
lonial espanhola. Para Cartagena se-
guia todo o ouro que os espanhóis
conseguiram pilhar dos incas e a
prata retirada das minas de Potosi
na Bolívia. Tamanha riqueza expli-
ca a cobiça dos piratas e a constru-
ção da muralha para defendê-la dos
ataques. Até o inglês Francis Drake,
um dos piores corsários da história,
andou por ali no século 16, seques-
trou a cidade e exigiu um milionário
resgate para libertá-la.
No centro antigo, envolto pelas
muralhas e tombado como Patrimô-
nio da Humanidade pela Unesco,
monastérios, palácios e igrejas co-
loniais espalham-se por um emara-
nhado de ruas estreitas. Passar pelo
arco amarelo da torre do relógio,
a principal entrada para o centro
antigo, é como entrar em um túnel
do tempo e voltar alguns séculos de
história.
Muito emblemáticos são os anti-
gos casarões pintados com cores ale-
gres que têm simpáticas varandas de
madeira de onde despencam cachos
de buganvílias sobre as ruelas. São
a cara da cidade. Muitas dessas ca-
sas abrigam restaurantes e hotéis. E
todas têm uma história para contar.
É caso, por exemplo, do Mo-
nastério de Santa Clara, que abri-
ga o mais luxuoso hotel da cidade.
Quando o edifício foi reformado
para ser transformado em hotel,
descobriram as criptas onde as mon-
jas eram enterradas. Na retirada dos
restos mortais, havia um misterio-
so crânio de uma menina com uma
vasta cabeleira intacta. O episódio
aguçou a imaginação de um certo
escritor colombiano, Gabriel García
Márquez, prêmio Nobel de Litera-
tura, que contou a história na obra
Do Am or e Outros Demônios.
Gabriel García Márquez, ou
Gabo, como foi carinhosamente
Ao lado, o Mosteiro
de Santa Clara, de
1617, que hoje abriga
um hotel de luxoSHUTTERSTOCKTALESAZZI