marighella

(Ornilo Alves da Costa Jr) #1

CONCLUSÃO


Um aspecto central nesta dissertação foi a preocupação de não
criar sobre o personagem um juízo de valor que o elevasse à condição
de herói. Ana Montenegro, em seu depoimento, chama a atenção
para um fato pertinente. Ela se remete aos humanistas franceses para
afirmar que “o herói é aquele que faz tudo o que pode”.^226 Segundo
Ana, “todos nós somos heróis e heroínas: quando você abre a janela
de manhã e vê o homem limpando a rua, como você andaria na rua
sem esse homem? Quando você come um pão, quem plantou o trigo?
Você iria comer o pão sem trigo?”.^227
No decorrer deste trabalho procuramos analisar a imagem de
Carlos Marighella, tendo como elemento condutor as suas relações
pessoais dentro do círculo familiar, como também alguns militantes
do Partido Comunista e da Ação Libertadora Nacional. Tal estratégia
está ligada à verificação de como esse personagem compartilhou sua
vida cotidiana. Em princípio essa estratégia se tornaria inviável, haja


(^226) Depoimento de Ana Montenegro colhido pelo autor em 6.11.1998.
(^227) Idem.

Free download pdf